informação SIDA Nº 22 Sumário Mensagem «Viemos até Durban para quebrar o silêncio. Para quebrar o silêncio, o estigma, a indiferença e a ignorância que cercam a epidemia de SIDA», afirmou o Dr. Peter Piot, na sessão de abertura da XIII Conferência Internacional sobre SIDA. A mensagem da Conferência Segundo o Coordenador da Comissão Nacional de Luta Contra a SIDA, Prof. Doutor Fernando Ventura, a Conferência de Durban veio apelar «a todos os que estão empenhados na luta contra esta calamidade para que se unam, colaborem e contribuam activamente para a sua resolução». A minha impressão Para o Dr. Carlos Vasconcelos, do Serviço de Medicina Interna do Hospital de St. António, é «uma questão de dignidade da raça humana» continuar a lutar para acabar com o fosso que separa os países ricos dos pobres no que à SIDA diz respeito. Quebrar o silêncio ou silenciar as vozes? «Se as necessidades básicas da população dos países pobres não estão asseguradas, que é tudo isto senão uma enorme hipocrisia?», questiona o Dr. Amílcar Soares, presidente da Associação Positivo. O holocausto A propósito da Conferência de Durban, o Prof. Doutor Meliço-Silvestre, Director do Departamento de Infecciologia dos HUC, fala na «realidade social a confrontar-nos no terrível paradoxo dos mundos» e no «implacável avanço de tremenda pandemia». Uma crise mundial em saúde pública «Apesar das expectativas que esta XIII Conferência Internacional sobre SIDA criou em relação à terapêutica anti-retroviral alternativa, a microbicidas vaginais e a vacinas, pode-se dizer que, globalmente, a pandemia está incontrolável, sendo não apenas uma crise mundial em saúde pública, mas também uma crise económica e social», garante o Prof. Doutor Francisco Antunes, Director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de Santa Maria. Quebrar o silêncio Para o Dr. Rui Proença, Director do Serviço de Medicina 1 e Doenças Infecciosas do Hospital Curry Cabral, «apesar de todos os progressos no tratamento da infecção pelo VIH, o fosso entre os países do Norte e do Sul torna-se, dia-a-dia, maior. O elevado custo das terapêuticas anti-retrovíricas torna impossível a sua plena utilização nos países subdesenvolvidos e que albergam cerca de 95% dos infectados pelo VIH». Ecos da Conferência O Dr. José Leon Bernardo, do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Prisional S. João de Deus, sublinha o facto de a questão da infecção VIH/SIDA nas prisões ter sido «devidamente contemplada no programa da Conferência». |