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Artigo de Saúde Pública®

Nº 92 / Outubro de 2010






06 A qualidade da água para consumo humano em Portugal
- Dr. Luís Simas, Director do Departamento da Qualidade da Água da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)

É verdade que é mais saudável consumir água da torneira do que engarrafada? Porquê?

Os benefícios para a saúde, resultantes do consumo de água, estão directamente relacionados com a sua composição físico-química, pelo que é difícil dizer se o consumo da água da torneira é mais saudável que o consumo de água engarrafada, dada a grande variedade de águas engarrafadas que existem no mercado, com diversas composições físico-químicas.

Aquilo que é possível afirmar é que o consumo de água da torneira é benéfico para a saúde, uma vez que as águas distribuídas para consumo humano são, em regra, quimicamente equilibradas, ou seja, possuem na sua composição minerais e oligoelementos nas doses adequadas e essenciais para os processos bioquímicos dos seres vivos, no caso, dos humanos. Acresce que o controlo da qualidade da água da torneira, de acordo com os exigentes critérios da legislação europeia e nacional, revelou em 2009 uma percentagem de cumprimento dos requisitos de qualidade de praticamente 98% nas mais de 600.000 análises realizadas, o que nos permite afirmar que o consumo da água da torneira é seguro, não pondo em risco a saúde humana.


Existem regiões do nosso País onde a água da torneira tem mais qualidade comparando com outras zonas?

O Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal, disponível em www.ersar.pt, designadamente o seu volume 4, relativo à qualidade da água para consumo humano, evidencia algumas assimetrias regionais. Assim, as zonas de abastecimento onde a qualidade da água apresenta melhores níveis correspondem à grande maioria do território e às regiões com maior concentração da população portuguesa, nomeadamente no litoral.

É em algumas regiões do interior do País que os resultados do controlo da qualidade da água são menos bons,
designadamente em pequenas zonas de abastecimento que servem menos de 5000 habitantes, com maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros, havendo portanto que ser feito um esforço para melhorar o desempenho dessas situações.


É verdade que devemos alternar as marcas de água engarrafada, por exemplo, uns tempos bebe-se Luso e outros Caramulo?

Aquilo que as pessoas, sem patologias específicas que imponham o consumo de água com uma determinada composição química, devem procurar assegurar na água que consomem é que seja salubre, limpa e quimicamente equilibrada.


Os purificadores de água realmente fazem diferença?

A eventual aquisição de um purificador de água deve ser ponderada relativamente à qualidade da água que as pessoas têm disponível na torneira, ou seja, é fundamental saber aquilo que o purificador faz e se a água efectivamente necessita desse tratamento.

O que recomendamos é que, em caso de dúvida, e antes de se decidirem pela aquisição de um equipamento doméstico para o tratamento da água, as pessoas afiram, junto das suas entidades gestoras dos serviços públicos de abastecimento de água, a qualidade da água que têm disponível na torneira. É naturalmente um desperdício de recursos financeiros, técnicos e até ambientais tratar uma água que não necessita desse tratamento.


Poderá a água da torneira ser uma das principais fontes de minerais essenciais para o nosso organismo, como o cálcio, o magnésio e o sódio?

A água da torneira é, sem dúvida, uma das fontes dos minerais referidos, pelo que o seu consumo contribui de uma forma decisiva para a dose diária total destes elementos que devemos ingerir. Aliás, apesar de a legislação europeia não contemplar o controlo dos níveis de cálcio e magnésio na água da torneira, Portugal decidiu acrescentar estes dois elementos, juntamente com a dureza total, à lista de parâmetros a controlar na água e definiu valores recomendáveis para os mesmos, através do Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto.


Os portugueses consomem mais água da torneira ou engarrafada? Porquê?

Consomem muito mais água da torneira, em média 150 litros por dia, ou seja, 4,5 m3 por mês. No entanto, se falarmos apenas na parcela que é ingerida, há a percepção de que os Portugueses consomem mais água engarrafada do que água da torneira. Este fenómeno não é específico de Portugal, acontecendo um pouco por todo o Mundo, e está associado a um estilo de vida, aliado à grande oferta e variedade de marcas de água engarrafada disponíveis no mercado. Em Portugal, parece concorrer também para este fenómeno alguma desconfiança e insatisfação com a qualidade da água da torneira, devidas a situações passadas e que há já alguns anos foram ultrapassadas. Efectivamente, e como já foi referido, a água da torneira em Portugal é de confiança.

Salienta-se que, entre nós, já se trabalha em matérias como o esquema de aprovação nacional dos produtos e materiais em contacto com a água para consumo humano e os planos de segurança da água, que colocam este sector no que de melhor se faz na Europa e no Mundo. Tal só é possível porque foi atingida uma situação de base em que a quase universalidade da população dispõe de uma água de boa qualidade fornecida pelos serviços públicos de abastecimento. Por estes motivos, a desconfiança e a insatisfação com a qualidade da água são infundadas e estamos certos de que esta tendência será invertida, uma vez que em Portugal se tem vindo a verificar uma melhoria consistente da qualidade da água da torneira.

Sendo a qualidade o factor decisivo, são, no nosso entendimento, também factores potenciadores para o consumo da água da torneira o facto de a sua produção emitir apenas 0,2 g de CO2 por litro e o seu custo ser, em média, de 0,10 cêntimos por litro.


Os consumidores portugueses têm, por norma, confiança na qualidade da água que utilizam?

O último estudo que realizámos relativo à percepção pública da qualidade dos serviços de águas e resíduos revelou que 89% dos Portugueses consideram que a qualidade do serviço de abastecimento de água é boa ou média. Também constatámos que cerca de 45% dos portugueses bebe água engarrafada porque ou está descontente com a sua qualidade ou não confia na mesma.

Estes dados demonstram que as melhorias verificadas na qualidade da água para consumo humano nos últimos anos, como atestam os relatórios anuais publicados por esta Entidade, ainda não são acompanhadas de uma mudança de comportamento dos Portugueses face à água que bebem.

Com efeito, é objectivo de todos os actores deste sector que a desconfiança ou o descontentamento com a qualidade da água da rede de distribuição pública não sejam critérios para a escolha da água destinada ao consumo humano.

Na verdade, como temos demonstrado activamente em diversas iniciativas, a água da torneira é uma água de confiança.


- Dr. Luís Simas
Director do Departamento da Qualidade da Água da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)
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