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Artigo de Saúde Pública®

Nº 92 / Outubro de 2010






02 Sou seropositivo. E depois?
Marcel Wiel descobriu que era seropositivo há 20 anos: «Fiquei chocado com o resultado do teste.»
No início da década de 90, ainda pairava a ideia de que o diagnóstico de VIH/SIDA era uma sentença de morte anunciada. Mas, graças à evolução dos tratamentos, Marcel Wiel, que se deslocou a Portugal para participar num evento na área do VIH, admite que, no seu caso, a doença se mantém controlada, apenas com um único comprimido por dia.


Com um sorriso estampado no rosto, Marcel Wiel não tem quaisquer problemas em admitir, com toda a frontalidade, que é seropositivo. Há duas décadas, por descargo de consciência, decidiu realizar o teste serológico, através do qual descobriu estar infectado com o VIH/SIDA. Quando confrontado com este diagnóstico, o jornalista de 46 anos relembra o choque do momento.

Depois de descobrir que era portador do VIH/SIDA, a vida de Maciel Wiel deu uma volta de 180 graus. Para melhor.
«Deixei de consumir drogas recreativas, passei a ter relacionamentos mais estáveis [já que foi infectado por causa de uma relação sexual não protegida] e tirei um curso de jornalismo, actividade que exerço a tempo inteiro.»

Passado o «susto» do momento, admite que, apesar de tudo, teve sorte, por ter sido diagnosticado precocemente. «É necessário estarmos despertos para a importância de fazer o teste do VIH com regularidade.
Só assim se descobre a infecção com tempo para a controlar e minorar os efeitos colaterais. É, ainda, uma forma de conscientemente se evitarem comportamentos de risco que possam colocar em risco a saúde de terceiros», advogou.

Durante alguns anos, não recebeu qualquer tratamento, porque não tinha uma carga viral elevada. Anos mais tarde, depois do aparecimento de verrugas, dermatites, infecções fúngicas e gengivites, consultou um médico, que o aconselhou a iniciar a terapêutica. Na mesma altura, também os linfócitos CD4 (células responsáveis pela manutenção de uma boa imunidade) baixaram para uma contagem de 200 (o normal é termos entre 800 a 1500 CD4).

«Na infecção por VIH é essencial assumir e falar da doença, estar informado e iniciar cedo o tratamento, sob pena de surgirem dois problemas: a doença evolui mais rapidamente, na ausência de medicação; quando se começa o tratamento mais tarde, corremos o risco de surgirem danos imunológicos irreversíveis», relatou.

«Comecei a terapêutica anti-retroviral com um esquema de três comprimidos por dia. Arranjei, desde logo, uma forma de me organizar: dois de manhã e um à noite. Foi assim que, durante quatro anos, geri a doença», conta. Desde que iniciou a terapêutica, Marcel Wiel não sofreu quaisquer efeitos secundários (vómitos, diarreias ou dores de cabeça), motivos que, por vezes, contribuem para o abandono da medicação anti-retroviral.

Em 2007, Marcel Wiel teve conhecimento, por intermédio do médico assistente, de um único medicamento para o VIH/SIDA – uma formulação fixa de três fármacos. «Fiquei muito entusiasmado com esta ideia», admite. Para este jornalista, a simplificação terapêutica facilitou imenso a vida dos doentes infectados – diminuiu o número de tomas diárias e permite uma maior comodidade.



Marcel Wiel , à margem do evento sobre VIH, que o trouxe a Portugal, contou a sua história


Uma vida plena

Recém-casado com o parceiro que o acompanha há cinco anos, Marcel Wiel congratula-se com o que a vida lhe tem proporcionado.

E, a julgar pelas suas palavras, razões para sorrir não lhe faltam. «Sou um bom marido», diz, com um ar confiante.
Neste momento, com o auxílio da medicação, consegue ter uma vida «normal»: pratica ioga, adora cozinhar e tem um dia agitado e preenchido. «A única diferença é que todos os dias tomo um comprimido com o café da manhã», esclarece.

Com um optimismo fora de série, o jornalista confessa nunca ter sido estigmatizado por causa da doença. Talvez porque encara com todo o à-vontade a seropositividade. «O único sinal de discriminação foi quando vi o prémio do seguro de vida ser inflacionado», diz. À excepção deste episódio, a família e os amigos nunca deixaram de proferir palavras de entusiasmo e apoio. De acordo com Marcel Wiel, em Londres, uma «capital europeia com grande concentração de seropositivos», o VIH/SIDA deixou de ser tabu. «Se sou aberto ao assunto, os outros também o deverão ser», confessa.

Actualmente, Wiel consulta o médico assistente uma vez por ano, embora de cinco em cinco meses faça análises de rotina.

«A enfermeira-chefe liga-me, passadas duas ou três semanas, a informar que está tudo bem.» O discurso do jornalista britânico exala optimismo quando fala do seu convívio com o VIH/SIDA. «E se houvesse cura?», perguntaram-lhe uma vez. A resposta é simples: «Vivo o meu dia-adia como se estivesse curado. E, por isso, não tenho de recear o futuro.»

No início dos anos 90, quando lhe foi diagnosticada a doença, confessa que estremeceu com a notícia. À época, os doentes infectados tinham uma esperança de vida inferior à da população em geral. Contra todas as previsões, e apesar do prognóstico pouco animador de um médico que consultou após o diagnóstico da infecção por VIH//SIDA, Marcel Wiel resistiu a todas as intempéries, sempre com determinação.

Quando completar 52 anos, prevê comemorar um «aniversário simbólico». Por essa altura, terá vivido metade da sua existência com o vírus que o acompanha desde os 26 anos. «Quando ultrapassamos a fase em que percebemos que o VIH/SIDA é uma doença crónica e nos comprometemos a ter um plano que cumprimos, conseguimos eliminar o medo da morte e seguimos em frente.»

Wiel tem planos para escrever um livro (cujo título será «From doomsday to one pill a day»), onde pretende contar a sua convivência com um dos vírus mais temidos da história da Humanidade.
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