Artigo de Saúde Pública®
Nº 69 / Abril de 2008
10 Reumatologia: um novo percurso para a UCB
Entrevista com o Dr. André Groenewgen, vice-presidente Global de Comercialização de Novos Produtos da UCB.
A longa história de crescimento, evolução e mudança da UCB entra agora num novo capítulo. Com a aquisição do Grupo Celltech, há quatro anos, a companhia prepara-se para abrir caminho na área da Reumatologia, com produtos biotecnológicos inovadores.
Em resultado da visão empreendedora de Emmanuel Janssen, foi criada, em 1928, na Bélgica, a UCB. O que começa por ser uma unidade de investigação e desenvolvimento de químicos industriais, com apenas uma pequena divisão farmacêutica, rapidamente evolui para um sucessivo crescimento. Nos anos 50, a UCB constrói o seu primeiro centro de investigação farmacêutico. Medicamentos inovadores começam a ser desenvolvidos, gerando receitas que permitem, por sua vez, a criação de novos fármacos.
De 1928 a esta parte, em quase 80 anos de história, a UCB registou vários pontos de viragem. Em 2003, a UCB vende as suas áreas Química e de Películas para dedicar-se apenas à área farmacêutica.
Em Maio de 2004, na sequência deste reposicionamento estratégico, a UCB adquire o Grupo Celltech, um grupo biotecnológico britânico com uma forte plataforma de investigação (anticorpos monoclonais), tornando-se uma das maiores companhias de Biofarmácia a nível mundial, dedicada à investigação, desenvolvimento e comercialização de produtos biotecnológicos inovadores na área de doenças do Sistema Nervoso Central, doenças alérgicas/respiratórias, doenças inflamatórias e imunológicas e Oncologia.
Em Setembro de 2006, a UCB anunciou a aquisição da Schwarz Pharma, uma companhia dedicada ao desenvolvimento de produtos em áreas terapêuticas do Sistema Nervoso Central. Com a integração da Schwarz Pharma durante o ano de 2007, a combinação de ambos os portfolios resultou num dos mais fortes pipelines de desenvolvimento do sector, tendo por alvo as doenças graves com um enfoque em Neurologia, Inflamação e Oncologia.
Treze compostos estão em processo de desenvolvimento clínico para aprovação e lançamento, direccionados para dezoito indicações, e permitirão melhores e mais eficazes tratamentos para os doentes e especialistas.
A UCB é, actualmente, uma companhia orientada para a Investigação e Desenvolvimento (I&D), investindo anualmente 25% das suas receitas no desenvolvimento de novos fármacos. I&D é a alavanca da UCB e a força vital do crescimento futuro da Organização. A sua força baseia-se num profundo conhecimento de áreas terapêuticas seleccionadas e doenças alvo, numa nova e empreendedora forma de utilizar as descobertas tecnológicas para o desenvolvimento de medicamentos inovadores, num verdadeiro abraço à inovação.
A organização global de I&D da UCB integra mais de 2000 colaboradores, dispondo de vários Centros de Investigação e de equipas de desenvolvimento em Atlanta, nos Estados Unidos, em Braine l’Alleud, na Bélgica, em Slough, no Reino Unido, e em Tóquio, no Japão.
Esta aposta da UCB na Investigação e Desenvolvimento traduz-se igualmente no apoio a centros de investigação nos diversos países onde está presente e na interacção com os seus investigadores.
Como companhia biofarmacêutica de nova geração, com valores centrados no doente, e porque estes necessitam mais do que soluções terapêuticas avançadas, a UCB planeia, também em Portugal, poder desenvolver programas de responsabilidade social inovadores, que complementem as soluções terapêuticas que investigamos, facilitando uma saudável integração dos doentes na sociedade.
O posicionamento da UCB, desde 1928, é marcado por um compromisso claro: disponibilizar aos profissionais de saúde soluções terapêuticas inovadoras e eficazes, contribuindo para o bem-estar e a melhoria dos cuidados de saúde de doentes em todo o mundo.
A UCB na área da Reumatologia
A aquisição do Grupo Celltech, em 2004, veio abrir espaço para um novo caminho e novos objectivos para a UCB. Segundo o Dr. André Groenewegen, vice-presidente Global de Comercialização de Novos Produtos da UCB, a operação «foi levada a cabo por duas razões específicas: pelo incrível portfolio da Celltech na área da Imunologia, incluindo produtos direccionados para Reumatologia, e pelo seu impressionante know-how na investigação de compostos clínicos e de Oncologia».
Neste momento, a UCB conta já com três substâncias clínicas utilizadas no combate a cinco doenças diferentes, quatro das quais são do campo da Reumatologia, incluindo a osteoporose, a artrite reumatóide e o lúpus.
«Já temos três substâncias que agem sobre essas doenças», assegura o especialista belga, realçando que actualmente se encontram «a trabalhar na criação de mais quatro, o que perfaz um total de sete medicamentos dedicados à Reumatologia».
Este desempenho demonstra claramente a relevância que a UCB atribui a esta nova área de operação. Para André Groenewegen, «é importante que a UCB se concentre numa determinada área, aumente o conhecimento e trabalhe em conjunto com os doentes e as autoridades de saúde. Se tentarmos estudar demasiadas doenças será muito difícil tornarmo-nos especialistas».
A Celltech ganhou nome no desenvolvimento de produtos biotecnológicos inovadores e esse conhecimento será fulcral nesta nova etapa da companhia. «Os produtos biotecnológicos são extremamente importantes para uma grande variedade de doenças», realça André Groenewegen.
«Têm um excelente perfil de segurança e são mais eficientes do que as chamadas pequenas moléculas, porque são, basicamente, proteínas que actuam directamente nos receptores que nos interessam nas células.»
O problema é que, para actuarem, estes fármacos têm de ser administrados por injecção ou via intravenosa, ao contrário das pequenas moléculas, que podem ser tomadas em comprimido. Segundo André Groenewegen, esse é um problema que a UCB está a procurar resolver. «Estamos a concentrar-nos no desenvolvimento de biotecnológicos, mas o passo seguinte será criar pequenas moléculas que produzam o mesmo efeito. Será possível criar pequenas moléculas que também actuem nesses receptores específicos? A resposta é sim e já estamos a desenvolver uma que identificámos.»
Este é um avanço que poderá ter consequências positivas, tanto para a Reumatologia como para outras áreas da medicina. «Nas doenças em que mais nada funcione, a nossa companhia vai continuar a concentrar-se nos produtos biotecnológicos e, nos campos em que for possível, vamos tentar melhorar a conveniência para os doentes», conclui André Groenewegen.