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Artigo de Saúde Pública®

Nº 68 / Março de 2008






08 DOSSIÊ INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Cancro do colo do útero e doenças associadas ao HPV - Como prevenir e como agir? Vacinação + Rastreio
- Dr. Daniel Pereira da Silva
- Dr. José Moutinho
A incidência do cancro do colo do útero em Portugal é significativamente mais elevada do que na maior parte dos países europeus. Se pensarmos na antiga Europa dos quinze, somos, indiscutivelmente, o País com maior taxa de incidência.


Mesmo entre nós, a nível nacional, há diferenças regionais muito significativas.
Qual a razão desta desigualdade?

«Isso acontece simplesmente porque ao nível dos Cuidados Primários de Saúde não foi dada a devida prioridade ao cancro do colo do útero. Na Região Centro há um programa de rastreio organizado, o que não acontece no resto do País. E esta é a grande dificuldade que tem de ser ultrapassada», alerta o Dr. Daniel Pereira da Silva, presidente da Secção de Ginecologia Oncológica da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG).

As mulheres que devem ser rastreadas, de acordo com todas as guidelines europeias, situam-se na faixa etária dos 25-65 anos. Porém, no futuro, «com as jovens vacinadas, justificar-se-á cada vez menos a preocupação com as mulheres abaixo dos 25 anos.

A vacina vai dar mais força para que o rastreio só comece, de facto, aos 25 e, além disso, poderá levantar-se a questão de se realizar a citologia em intervalos maiores ou substituí-la pelo teste do papilomavírus humano (HPV)», refere Daniel Pereira da Silva.

Em relação ao programa de prevenção do cancro do colo do útero delineado pelo Governo que, numa das medidas, incluiu a vacina no Programa Nacional de Vacinação (PNV), o presidente da Secção de Ginecologia Oncológica da SPG afirma que «o Governo optou pela vacinação das jovens de 13 anos, o grupo alvo preferencial para fazer a vacina. O facto de depois o Governo ter feito outro esforço no sentido de incluir as jovens que hoje já têm 14 a 16 anos, nos três anos seguintes, também foi bem-acolhido por todos nós, especialistas e Sociedade».

Actualmente, no mercado, existem duas vacinas contra o cancro do colo do útero, sendo uma bivalente (HPV 16 e 18) e outra quadrivalente (HPV 6, 11, 16 e 18). Ambas pretendem cobrir as mesmas possibilidades em termos de prevenção do cancro do colo do útero, mas a quadrivalente visa também atingir as lesões benignas, como os condilomas genitais e outras lesões de baixo grau do colo do útero e da vagina.

«O que acontece também é que as vacinas vieram para o mercado em circunstâncias diferentes uma da outra. Enquanto a vacina quadrivalente chegou ao mercado com dados de eficácia referentes a três anos, a vacina bivalente apenas apresentou dados de eficácia relativos a 15 meses», salienta Daniel Pereira da Silva, sublinhando:

«Em relação às lesões provocadas pelo HPV 16, ambas as vacinas foram altamente eficazes e estaticamente significativas. Já para o HPV 18, a vacina bivalente, que teve uma avaliação intermédia e não final e cujo número da amostra não pode ser tão representativo quanto isso, não teve significância estatística. Admite-se que, com o continuar do estudo, seja igualmente eficaz para o HPV 18, como a vacina quadrivalente.»

Tendo em conta todo este cenário e mais--valia da vacina, «é preciso ter algum cuidado com o alarmismo que tem vindo a público quando se diz que duas mulheres morreram porque fizeram a vacina. Na Europa, foram vacinadas um milhão e seiscentas mil mulheres, o que é um número fantástico».

Em todo o mundo, já foram administradas mais de 20 milhões de doses da vacina quadrivalente.
«Nos dois casos de morte súbita que foram noticiadas em Janeiro deste ano, a própria EMEA (Agência Europeia do Medicamento) teve o cuidado de não estabelecer qualquer relação entre a vacina e esses dois casos», diz Daniel Pereira da Silva.


Patologias associadas ao HPV

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus composto por 200 genótipos, sendo que cerca de 100 infectam o ser humano.

De acordo com o Dr. José Moutinho, presidente da Secção Portuguesa de Colposcopia e Patologia do Trato Genital Inferior da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), «dos 100 que afectam o ser humano, apenas 40 têm uma transmissão pela mucosa do tracto genital inferior».

«Podemos dividir este grupo em dois braços ou situações concretas. Ou seja, um braço, considerado como de alto risco, associado, normalmente, ao desenvolvimento de cancro do tracto genital inferior, como é o caso do cancro do colo do útero, e um braço de baixo risco, onde a probabilidade da infecção evoluir para cancro é muito baixa», acrescenta.

Dentro dos vírus de baixo risco existem dois que devem ser tidos em linha de consideração. «Falo dos genótipos 6 e 11, que são responsáveis pelos condilomas genitais, uma doença muito frequente nos jovens sexualmente activos.»

De forma concreta, «os condilomas genitais são verrugas que podem aparecer nos órgãos genitais externos, como é o caso do pénis e da vulva».

Embora não existam estatísticas muito fiáveis a nível europeu sobre esta situação, através de alguns dados, que foram obtidos através de estudos realizados na Grã-Bretanha, foi possível observar que «a percentagem de jovens sexualmente activos com condilomas ronda o 1%. No entanto, importa divulgar que este valor tem vindo a crescer ao longo da última década».

O Dr. José Moutinho aproveita para mencionar que «os médicos podem tentar evitar esta situação porque, actualmente, existe uma vacina que consegue actuar sobre estes dois tipos de vírus, concretamente os genótipos 6 e 11».

Para além destes vírus de baixo risco, cujo paradigma é o 6 e o 11, «existem ainda os vírus que são considerados de alto risco, como é o caso, por exemplo, dos genótipos 16 e 18, responsáveis por 70-80% dos cancros do colo que aparecem na Europa e em muitas outras zonas do mundo».

Também num estudo sueco, realizado nos países nórdicos, registou-se que uma em cada 10 mulheres tiveram condilomas genitais.

Neste momento, a infecção pelo papilomavírus humano 16 e 18 é muito frequente.
O especialista sublinha que, «por exemplo, uma mulher entre os 18 e os 25 anos com relações sexuais tem 40-50% de probabilidades de vir a estar infectada. A maio­ria destas infecções não representa qualquer problema e acaba por desaparecer espontaneamente. O cancro do colo do útero só aparece nas mulheres que estiveram infectadas».

Hoje em dia, o cancro do colo do útero, no nosso País, ronda os 13-14 casos por cada 100 mil mulheres. «Tendo por base estes números, posso divulgar, sem qualquer tipo de dúvida, que existem mais infecções do que cancros.

A nível mundial existem 300 milhões de mulheres infectadas pelo HPV, mas só existem 450 mil cancros do colo do útero».

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