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Artigo de Saúde Pública®

Nº 67 / Fevereiro de 2008






14 Catarina Monteiro, velejadora profissional: «Aprendi a viver com a diabetes»
Catarina Monteiro recorda que tudo começou quando tinha 22 anos de idade. «Na altura, sem qualquer razão aparente, comecei a perder peso de forma exagerada. Confesso que não compreendia a situação porque, diariamente, continuava a comer e beber como sempre o tinha feito. Nunca entrei em dietas designadas como “malucas”.»

Com o passar do tempo, «a situação permanecia inalterada. Até que cheguei a um ponto em que tive uma paragem cardíaca e entrei em coma diabético, tendo permanecido assim durante dois dias».

Depois de recuperar do coma, a jovem velejadora pensou que o pior já tinha passado, mas, mais uma vez, a vida pregou-lhe uma partida. Isto porque, a pouco e pouco, começou a ter problemas com a visão. «A diabetes afectou-me de tal forma que fiquei cega durante dois meses. Nessa altura, fiquei muito aflita», lembra, acrescentando:

«A partir desse instante, tornei-me insulinodependente e consegui recuperar progressivamente a minha visão. Após esse interregno de dois meses, “acordei” para uma nova realidade para a qual tive de adaptar-me. De forma concreta, aprendi a lidar e a viver com uma doença que se chama diabetes tipo 1. Os médicos explicaram-me que tinha de controlar a situação de duas em duas horas e teria de levar três injecções de insulina diárias. Além disso, também teria de cumprir rigorosamente as horas das refeições e praticar exercício físico, nomeadamente, natação.»

A missão da Catarina Monteiro era complicada, mas começou a seguir «à risca» todas as indicações dadas pelo médico que a seguia.

Uma das alterações que teve de implementar na sua vida foi a introdução de um plano de insulina diário. «No início, o plano que estava a fazer não era o mais adequado para a minha idade, por isso, foi alvo de alterações. Passado algum tempo, consegui adaptar-me em conformidade com a situação. Neste momento, tenho plena consciência de sofro de uma doença crónica muito séria, mas tento estar controlada para não ter complicações», observa Catarina Monteiro.

Actualmente, a jovem segue uma terapia que assenta em três sectores. Ou seja, faz insulinoterapia, cumpre um plano nutricional rigoroso e pratica exercício físico.

«Diariamente, levanto-me às 06.30 h, depois vou treinar entre as 08.00 h e as 10.30 h. De seguida, vou trabalhar, onde fico até às 18.30 h. Por fim, sigo para as aulas até à 01.00 h. Apesar de sofrer de diabetes tipo 1, tenho uma vida completamente igual a todas as outras pessoas.»


«Não consigo viver sem o Freestyle Lite»

Catarina Monteiro aproveita a oportunidade para fazer referência ao Freestyle Lite, um novo instrumento que permite fazer a medição da glicemia, através de uma gota de 0,3 microlitros de sangue. Uma das grandes vantagens deste sistema é que não necessita de calibração.

Com o aparecimento do Freestyle Lite, «a vida dos diabéticos ficou mais facilitada. Isto porque, ao contrário do que acontece com os outros aparelhos, este não necessita da introdução de chips ou códigos. Além disso, o tempo de duração de um teste é de apenas cinco segundos».

«Já utilizo o Freestyle Lite há algum tempo e o resultado tem sido óptimo. É uma grande inovação, pois, como passo muito tempo no mar, devido à actividade profissional que tenho, o instrumento ajuda-me a controlar toda a minha glicemia», conta, acrescentando:

«Além disso, como é uma máquina muito pequena, posso utilizá-la em qualquer hora ou lugar. Para além do tamanho, na minha opinião, contém outra grande característica. Ou seja, possui uma luz que é possível accionar quando nos encontramos em locais escuros. Como, por vezes, estou no mar sem luz, a máquina dá-me a possibilidade de a poder usar sem estar preocupada com o problema da falta de iluminação.»

Antes de ter o instrumento, Catarina Monteiro «tinha de andar com uma lanterna e com uma outra máquina, cujo tamanho era muito superior. O problema ficou resolvido a partir do momento em que passei a ter à disposição o Freestyle Lite».

«Para mim, é um aparelho tão importante como a caneta de insulina, o exercício físico ou a comida. Neste momento, não consigo viver sem a ajuda do Freestyle Lite», conclui.
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