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Artigo de Saúde Pública®

Nº 58 / Abril de 2007






13 Dossiê CARDIOLOGIA
A Cardiologia e os portugueses
- Dr. João Morais
O mundo moderno é hoje, do ponto de vista sanitário, dominado por uma nova epidemia, com contornos e perspectivas mais aterradoras do que as sofridas pelos nossos antepassados. A doença aterosclerótica e suas manifestações clínicas vêm, progressivamente, a ocupar a linha da frente nas causas de mortalidade que afligem os países mais desenvolvidos.


O enfarte agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral e a morte súbita de causa cardíaca dominam as nossas preocupações. Paralelamente, nos últimos anos, uma nova entidade emergiu, responsável por um número crescente de doentes que ocorrem aos hospitais, representando mais de metade dos pacientes que ocupam camas hospitalares nas áreas não cirúrgicas.

A insuficiência cardíaca, assim se chama esta entidade, resulta de um enfraquecimento progressivo da função cardíaca e, entre nós, tem como causas determinantes a hipertensão arterial não tratada e a doença isquémica do coração, ambas fortemente ligadas à doença vascular.

O XXVIII Congresso Português de Cardiologia, que se realiza de 22 a 25 de Abril, no seu conteúdo científico, seguramente, vai reflectir o estado da arte neste domínio, acompanhando a evolução do saber, inserido nas preocupações da comunidade. Como, ao longo desde trabalho, alguns especialistas detalham, a doença vascular tem início nos chamados factores de risco que, quando presentes, e em função do seu número, condicionam um risco crescente.

Somos, hoje, dominados por nós próprios. A forma como nos alimentamos, os hábitos e os vícios que ao longo da vida adquirimos, a forma como vivemos, determinam, largamente, o nosso estado de saúde ou de doença.

Comer de forma desadequada, a inactividade física e o consumo de tabaco ou outros ilícitos são os responsáveis por mais de metade das doenças que ao longo da vida nos afectam.

Contudo, nem tudo é negativo. O XXVIII Congresso Português de Cardiologia vai mostrar-nos que, em várias áreas, assinalam-se notáveis progressos, quer na área do diagnóstico e reconhecimento da doença, quer na área do tratamento. Novos fármacos e procedimentos estão a surgir, que nos permitem olhar o futuro com muita esperança.

É hoje possível reduzir, de forma drástica, os níveis de colesterol, ou deixar de fumar, com o auxílio de medicamentos eficazes. A diabetes, a hipertensão arterial, a obesidade são possíveis de combater com eficácia.

As novas técnicas de tratamento das artérias coronárias e das artérias carotídeas modificaram completamente o horizonte dos nossos doentes e, apesar de cada vez mais substituídas, as técnicas cirúrgicas são sempre necessárias, por vezes no fim da linha, mas, muitas vezes, como primeira opção.

Os doentes em risco de morte súbita são, hoje, mais facilmente detectados e os dispositivos eléctricos actuam na prevenção desta forma de morrer. Graças aos fármacos, a novos dispositivos, e recorrendo, cada vez mais e melhor, à cirurgia e, em especial, à transplantação cardíaca, os doentes com insuficiência cardíaca têm, hoje, uma vida melhor, com menos sofrimento, com menos idas ao hospital e com uma vida mais longa.

A Cardiologia é uma especialidade feliz.

Apesar de lidar com os grandes tormentos da Medicina, tem o privilégio de receber, de uma forma consistente, os contributos de uma investigação cada vez mais poderosa e eficaz, permitindo que as novidades e o progresso sejam uma constante.

A Cardiologia Portuguesa está ao nível das melhores e o Congresso Português de Cardiologia é o seu reflexo. Um grande evento científico, com um elevado número de participantes, com um grande contributo de colegas de outros países que, em nós, reconhecem a excelência e que connosco gostam de colaborar.

De 22 a 25 deste mês de Abril, mais de 2000 profissionais de saúde vão estar reunidos a pensar em todos nós. Por tudo isto, o Congresso tem um lema: «A Cardiologia e os Portugueses».


Dr. João Morais
Presidente do XXVIII Congresso Português de Cardiologia
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