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Artigo de Saúde Pública®

Nº 53 / Novembro de 2006






10 A Medicina Interna e a organização do hospital
- Prof. Doutor F. Carneiro Chaves
Os hospitais fazem parte de uma rede de serviços cujo objectivo é a prestação de cuidados de saúde. A sua estrutura e organização é complexa e diferenciada, consoante os cuidados que prestam.


Nesta organização incluem-se Departamentos ou Serviços dos quais se podem destacar os Serviços e Departamentos de acção médica. De entre estes, pelas suas características e pela natureza da actividade dos médicos especialistas que neles exercem a sua actividade profissional, os internistas e os serviços de Medicina Interna constituem uma estrutura indispensável e estruturante de que depende a qualidade dos serviços prestados aos doentes que recorrem ao Hospital, seja qual for a sua diferenciação.

Definir o que é a Medicina Interna não é tarefa fácil, porque esta especialidade não se pode definir pelo âmbito dos conhecimentos em diferentes áreas, por se dedicar a um aparelho, sistema ou órgão, ou ainda pela utilização de uma ou mais técnicas. Os seus limites são, por vezes, pouco precisos em relação a outras especialidades médicas, porque a sua actividade incide, essencialmente, nas tarefas da prevenção, do diagnóstico e do tratamento de indivíduos adultos exercidas predominantemente no hospital.

Se o âmbito e os limites da especialidade podem ser pouco claros, existem, contudo, outras características que permitem definir a prática da Medicina Interna: o domínio do método clínico e das estratégias de diagnóstico, a perspectiva global dentro do modelo biopsicossocial, que não permite que os problemas clínicos sejam isolados, embora sejam definidas prioridades na abordagem desses problemas e – uma das mais importantes – a capacidade de
integrar informações provenientes de áreas diversas.

Esta capacidade de integrar a informação fornecida por outros especialistas ou resultantes da utilização de técnicas diagnosticas ou terapêuticas é uma das características fundamentais da especialidade, que permite uma visão global do indivíduo e da situação clínica.

É esta perspectiva global que pode perder-se quando, no Hospital, a abordagem do doente for feita numa perspectiva isolada, mais de índole técnica e certamente importante e indispensável, não tendo em conta outros problemas presentes que o internista procurará solucionar por si ou recorrendo a outros especialistas, procurando minimizar os riscos da hospitalização.

Nesta perspectiva, intervém não apenas como um técnico capaz de resolver muitos dos problemas presentes, como também da capacidade de integrar e seleccionar as melhores soluções. Poderá, ainda, intervir como um advogado do doente no caminho muitas vezes difícil que é o internamento hospitalar, sobretudo quando existem múltiplos problemas, situação cada vez mais comum porque a população é cada vez mais idosa.

Compreende-se, desta forma, a importância que os serviços de Medicina Interna têm nas organizações complexas que são os hospitais. Estes serviços constituirão sempre uma estrutura central, capaz não só de resolver os problemas de muitos doentes que recorrem ao hospital, mas também de dar apoio a muitos outros serviços médicos ou cirúrgicos que exercem actividades orientadas para a solução de problemas isolados de ordem diagnóstica ou terapêutica.

O internista funciona assim como consultor, detectando os múltiplos problemas, eventualmente presentes, e orientando a sua solução numa actividade que é centrada no doente considerado na perspectiva global que faz dele uma pessoa.
Para além destas actividades, existem outras em que os serviços de Medicina Interna se têm cada vez mais envolvido, pelo que penso existir uma vantagem para os hospitais em que se inserem.

Referimo-nos a actividades em unidades de cuidados diferenciados, como as unidades de cuidados intermédios, as unidades de acidente vascular cerebral ou, ainda, na organização fulcral que é o serviço de urgência hospitalar.

O reconhecimento da importância da Medicina Interna na organização do hospital, que é já uma realidade, será certamente cada vez maior no futuro, o que fica a dever-se ao trabalho muitas vezes difícil dos internistas nos nossos hospitais, mas também nas estruturas que os representam – o Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.


Prof. Doutor F. Carneiro Chaves
Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina do Porto
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