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Artigo de Saúde Pública®

Nº 49 / Junho de 2006






11 Dossiê Gastrenterologia
Doença de Crohn – Dr. João Carvalho
A doença de Crohn é uma das duas doenças incluídas na doença inflamatória intestinal (a outra é a colite ulcerosa) de causa não conhecida. A inflamação é desencadeada, provavelmente, por elementos do conteúdo intestinal – bactérias, alimentos e outros – em pessoas com propensão para reagir, de modo anormal, a esses elementos. Foram também descobertas mutações genéticas próprias em alguns doentes.


A doença de Crohn tem aumentado em Portugal, havendo 200 a 300 novos casos por ano. Tem início, na grande parte dos casos, em adolescentes e adultos jovens, sem predominância de sexo. Vários membros da mesma família
podem ser atingidos.

Qualquer parte do tubo digestivo pode estar lesada. Porém, a parte mais terminal do intestino delgado (ileon) e o intestino grosso (cólon) são as mais afectadas. É característica desta doença a lesão de toda a espessura da parede intestinal.

O modo como a doença se inicia, as suas manifestações e complicações podem ser muito variadas: quadro de diarreia
(geralmente sem sangue), dores abdominais e febre; crises agudas semelhantes à apendicite; oclusão, dificuldade de passagem do conteúdo intestinal através de partes do intestino apertadas (estenoses); fístulas com ponto de partida no intestino e abcessos abdominais; doença no ânus (fissuras, fístulas, abcessos); falta de apetite, fraqueza, emagrecimento, anemia, falta de vitaminas ou ferro; manifestações noutros órgãos, tais como dores articulares, doenças de pele, olhos, etc. ou atraso de crescimento nos adolescentes.

A confirmação da doença – e distinção de outras doenças intestinais – é ajudada por análises, radiografias e, principalmente, por colonoscopia, que permite ver o cólon e uma pequena porção da terminação do ileon, e fazer biopsias. Outros meios são a ecografia, a TAC, a ressonância magnética, bem como a cápsula endoscópica e a endoscopia alta.

O tratamento, inclusive a cirurgia, não cura. Mas é possível eliminar a actividade da doença. Quando é ligeira, trata-se com ácido 5-aminosalicílico (5-ASA) ou com budesonide -- um corticóide de actuação local com poucos efeitos indesejáveis.

Os corticóides «clássicos» – por exemplo, a prednisolona – são eficazes nas crises moderadas ou graves. Porém, têm muitos efeitos indesejáveis e não devem ser usados durante muito tempo, mesmo que a actividade só possa ser controlada com eles (situação de corticodependência). Nestes casos, a alternativa são os «imunossupressores» – a azatioprina e, raramente, o metotrexato –, para manter a doença sem actividade e sem corticóides.

Outra alternativa é a terapêutica «biológica», existindo, para já, o infliximab que é eficaz em muitas situações de falha dos outros medicamentos e no caso de fístulas, exigindo
muitos cuidados na sua utilização.

Mais de metade dos doentes são operados, muitas vezes logo em fases iniciais. A cirurgia é indicada quando os medicamentos falham ou em algumas complicações (oclusão, fístulas, abcessos).

A alimentação deve ser equilibrada, sem restrições, muitas vezes com reforço de proteínas e suplementos de vitaminas (B12, D) e minerais (ferro, cálcio), principalmente nos adolescentes em crescimento. No caso de estenose, que provoca sintomas, deve reduzir-se as fibras (vegetais e fruta) e se houver intolerância à lactose deve-se reduzir os produtos lácteos.

A mortalidade associada à doença de Crohn é muito baixa. É uma patologia crónica, mas raramente a sua actividade é contínua. Geralmente, há períodos de agravamento – mais ou menos frequentes e longos, requerendo tratamento médico ou cirurgia, em que há diminuição da qualidade de vida –, espaçados por outros em que o doente passa bem.

A toma contínua de medicação, bem como deixar de fumar, pode diminuir a frequência das crises. Tem sido constatada, muitas vezes, uma grande capacidade de superação das dificuldades e de recuperação nos períodos de remissão. Em geral, os doentes conseguem uma boa realização pessoal.

Aliás, devem fazer por ter uma vida sem restrições. Há motivos de esperança. O melhor conhecimento dos variados quadros da doença e melhores meios de detecção tem permitido diagnósticos mais precoces. A investigação da causa, dos vários passos do processo inflamatório e do modo de interferir nele permitirão novos avanços terapêuticos. A identificação de alterações genéticas e a possibilidade de reparação de genes, num tempo futuro, faz antever uma real modificação do curso da doença.

Doentes informados e colaborantes ajudam a ultrapassar os múltiplos problemas que a doença de Crohn coloca. Há informação disponível em http://www.spg.pt e http://www.apdi.org.pt.


Dr. João Carvalho
Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Vila Nova de Gaia
[email protected]
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