Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral – Prof. Doutor Victor Oliveira
Prof. Doutor Víctor Oliveira
Vice-presidente da Sociedade
Portuguesa de AVC
Professor de Neurologia da Faculdade
de Medicina de Lisboa
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31 de Março: Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Esta data foi estabelecida em Diário da República, II Série n.º 23 910/2003, com vista a chamar a atenção da população para a realidade do AVC em Portugal e sensibilizar toda a sociedade para as medidas que se podem e devem tomar para o evitar.
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), que é uma sociedade científica constituída por profissionais de saúde dedicados especialmente aos problemas relacionados com o AVC, tomou a iniciativa de promover acções que chegassem ao maior número possível de pessoas.
No dia 31 de Março de 2004 comemorou-se, pela primeira vez, o «Dia Nacional do Doente com AVC». Nessa data foi realizada uma sessão pública no Parque de Saúde de Lisboa (Hospital de Júlio de Matos) e que constou de um evento virado para a comunicação social, o qual foi presidido pelo então director-geral e alto-comissário da Saúde, Prof. Doutor José Pereira Miguel.
No ano seguinte (2005), a iniciativa esteve a cargo da SPAVC, entretanto criada e herdeira da tradição do Grupo de Estudos de Doenças Vasculares Cerebrais da Sociedade Portuguesa de Neurologia.
Fez-se, então, a primeira acção junto da população que constou de um rastreio de factores de risco para AVC e de uma sessão científica para profissionais de saúde, realizadas no Porto, no Estádio do Dragão, tendo tido grande afluência por parte da população local.
Este ano a SPAVC teve a preocupação de descentralizar a iniciativa, pelo que se conseguiu a realização de acções em Braga, Covilhã/Fundão, Lisboa, Macedo de Cavaleiros, Ponte de Lima, Porto e Santarém, as quais tiveram lugar em diversos locais públicos, consoante os recursos locais.
As acções tiveram um objectivo comum: sensibilizar e esclarecer as populações para a realidade do AVC, como primeira causa de morte e incapacidade permanentes em Portugal. Tentou-se passar a mensagem de que o AVC se pode evitar em muitos casos e que, se este surgir, é necessário recorrer de imediato ao hospital, pois existem tratamentos que só são eficazes se aplicados nas primeiras horas.
O papel do Médico de Família foi também salientado, pois é fulcral no acompanhamento da saúde dos cidadãos e em especial neste caso, ao identificar e tratar os factores de risco vasculares, ou seja, as situações que facilitam a ocorrência do AVC. Tal só se consegue se as pessoas aderirem às suas recomendações e aos tratamentos prescritos.
Na generalidade das localidades, o programa estabelecido incluiu sessões de esclarecimento com curtas palestras e períodos de perguntas e respostas. A adesão da população foi muito gratificante em todos os locais e preparam-se já para o próximo ano, iniciativas mais alargadas de modo a envolver todo o território.
O combate ao AVC é uma tarefa de todos e, por isso, não será demasiado frisar a necessidade de ensino da população, do envolvimento dos diversos profissionais de Saúde e também das autarquias, meios de comunicação social e outras estruturas da sociedade portuguesa.
É necessário substituir a ideia antiga (e que hoje é errada) de que perante uma «trombose» nada há a fazer, pela certeza de que muitos AVC podem ser evitados, desde que haja uma adesão às indicações do Médico de Família e que sempre que se suspeite de um AVC se recorra de emergência ao hospital, de preferência chamando o 112 e sem perda de tempo.