Uma plataforma única para a divulgação da sua empresa!

Saiba como >>

Director José Alberto Soares

Assessora de Direcção
Helena Mourão

Redacção Andreia Montes
Andreia Pereira
Bruno Miguel Dias
David Carvalho
Paula Pereira
Sara Oliveira
Sara Pelicano
Sílvia Malheiro
Susana Catarino Mendes

Fotografia Ricardo Gaudêncio (Editor)
Gonçalo Fabião
Jorge Correia Luís
José Madureira

Agenda

Director de Produção
João Carvalho

Director de Produção Gráfica José Manuel Soares

Director Comercial Miguel Ingenerf Afonso

Publicidade Carla Gonçalves

Directora de Marketing Ana Branquinho

Relações Públicas Catarina Moreira

Director de Multimédia
Luís Soares


Saúde Pública<sup>®</sup> 95 / Janeiro de 2011 Edições Especiais Saúde Pública<sup>®</sup> 5 / Dezembro de 2010
Mundo Médico<sup>®</sup> 73 / Novembro de 2010 Edições especiais Mundo Médico<sup>®</sup> 140 / Janeiro de 2011
Mundo Farmacêutico<sup>®</sup> 49 / Novembro de 2010 Informação SIDA<sup>®</sup> 83 / Novembro de 2010
HematOncologia<sup>®</sup> 11 / Outubro de 2010 Jornal Pré-Congresso 7 / Março de 2010
Jornal do Congresso 118 / Janeiro de 2011 Jornal Diário do Congresso 62 / Dezembro de 2010
Saúde em Dia<sup>®</sup> 10 / Maio de 2010 <i>Outros Projectos</i> 10 / Maio de 2010
 


Artigo de Saúde Pública®

Nº 47 / Abril de 2006






00 IV Novas terapêuticas na aterosclerose – Dr. José Manuel Silva
Dr. José Manuel Silva
Professor na Faculdade de Medicina de Coimbra
Assistente Graduado de Medicina Interna dos Hospitais da Universidade de Coimbra
[email protected]

Podemos dividir o futuro entre o hoje e o amanhã, ou seja, por um lado, as novas filosofias de utilização dos velhos hipolipemiantes (medicamentos para baixar o colesterol) e os mais recentes fármacos já disponíveis e, por outro lado, as moléculas ainda em fase de investigação.

Actualmente podem considerar-se verdades científicas inquestionáveis:

– Sem colesterol não há aterosclerose;

– a interacção entre os diferentes factores de risco é complexa e sinergística;

– Os estudos epidemiológicos provam que a relação entre o risco cardiovascular e a colesterolemia é contínua e sem limiar inferior;

– Independentemente do meio, controlar os valores da colesterolemia diminui o risco cardiovascular;

– Por cada 1% de redução do colesterol LDL («mau» colesterol), o risco de acidentes cardiovasculares reduz-se 1% e, por cada aumento do colesterol HDL (colesterol «bom») em 1%, esse mesmo risco diminui 2 a 3%;

– quanto maior a redução do colesterol LDL, maior é a diminuição do risco.

– É possível conseguir algum grau de regressão da aterosclerose.

Porém, é fundamental salientar que não basta ter um colesterol superior ao normal para justificar a introdução de um fármaco hipolipemiante. Tal decisão, que tem custos económicos e potencial iatrogénico (efeitos indesejáveis do medicamento), depende do perfil global de risco do doente.

De facto, num doente de baixo risco global, tomar um hipolipemiante pode acarretar mais desvantagens do que vantagens. As medidas de modificação do estilo de vida, quando correctamente aconselhadas e praticadas, permitem controlar a maioria das hipercolesterolemias poligénicas e hipertrigliceridemias.

Pode dizer-se que, se hoje dispomos de novas e de perspectivas de novas terapêuticas da aterosclerose, tal deve-se ao facto de as velhas terapêuticas terem demonstrado os seus evidentes benefícios na mortalidade cardiovascular.

O futuro, hoje

Talvez a maior inovação terapêutica, responsável por profundas implicações na prática clínica, seja a definição de objectivos cada vez mais ambiciosos para o colesterol LDL em doentes de alto risco, e apenas nestes, com a aceitação e recomendação de valores na ordem dos 50 a 80 mg/dl.

Esta nova filosofia veio impor a necessidade de escolher uma de três alternativas: utilização de doses mais elevadas de estatinas (medicamentos que reduzem a síntese de colesterol pelo organismo), recurso a estatinas mais eficazes, opção pela terapêutica mista.

A primeira opção, representada essencialmente pela simvastatina e atorvastatina, beneficia dos bons resultados da Medicina Baseada na Evidência, mas encerra um ligeiro aumento do risco de iatrogenia.

A segunda, inicialmente envolta em alguma polémica, menos sustentada quanto à sua eficácia preventiva mas que deverá partilhar dos efeitos de classe das estatinas, é a rosuvastatina, a estatina actualmente mais eficaz na redução do colesterol LDL.

A terceira alternativa centra-se essencialmente na associação do ezetimibe, um inibidor específico e seguro da absorção intestinal do colesterol, que tem a vantagem de reduzir para metade a absorção intestinal do colesterol que ingerimos em excesso, com um estatina.

Está disponível isoladamente ou em associação fixa com diferentes doses de simvastatina, permitindo inibir as duas fontes de colesterol, a endógena e a exógena, o que reforça a eficácia hipolipemiante.

As estatinas ainda podem ser associadas, com indicações específicas, às resinas, aos fibratos (com a excepção do gemfibrozil) e ao ácido nicotínico. Este último, já com dezenas de anos de mercado mas só no ano passado lançado em Portugal, pode considerar-se um hipolipemiante de largo espectro, pois é o único que baixa a lipoproteína (a), responsável por alguns casos de «resistência» às estatinas quando muito elevada.

O futuro, amanhã

Variadíssimos fármacos para correcção do metabolismo lipídico, com os mais díspares mecanismos de acção, estão activamente sob investigação, alguns deles muito perto da aprovação para utilização na prática clínica.

Com os estudos de fase III já completados, o rimonabant, o primeiro bloqueador específico dos receptores CB1 dos endocanabinóides, promete novas esperanças no combate à obesidade visceral e à síndrome metabólica e às suas manifestações clínicas e laboratoriais.

Como comentário lateral devemos dizer que consideramos de fundamental importância a manutenção do conceito de síndroma metabólica, com aprimoramento dos seus critérios de definição, pois, muito mais do que um simples agrupamento de factores de risco, resulta da constatação da existência de um mecanismo fisiopatológico partilhado que deve orientar a pesquisa de um tratamento causal e não apenas do seu florido complexo metabólico.

Igualmente em adiantado processo de investigação está o torcetrapib, um inibidor da proteína transportadora de ésteres de colesterol (CETP) que tem o potencial de duplicar os valores do colesterol HDL. Está por provar, no entanto, que este mecanismo tenha uma acção antiaterosclerótica consistente no ser humano.

Também em fase III encontra-se o AGI-1067, um novo agente fenólico antioxidante, bem tolerado nos estudos em macacos, nos quais reduziu o colesterol LDL de 41 a 90%, nas doses de 50 e 150 mg/kg, respectivamente, e aumentou o colesterol HDL em 107% na dose mais elevada.

A perfusão de complexos de ApoA-I Milano recombinante e fosfolípidos demonstrou, em doentes com doença coronária, uma extremamente rápida e significativa redução do volume total das placas de ateroma coronárias. Uma grande esperança, sobretudo para os doentes em fase aguda.

Mais longínquas da aplicação prática estão as investigações centradas na inibição da sintetase do esqualeno, que pode reduzir os níveis de colesterol em 70 a 80%, os inibidores da ACAT2, com bons resultados nos estudos animais, os inibidores da IBAT, os agonistas dos PPAR alfa e gama, os agonistas do LXR alfa, receptores nuclea­res que actuam como sensores do colesterol e regulam o respectivo metabolismo, etc., etc.

Finalmente, aguarda-se com muito interesse a concretização dos estudos que poderão levar a uma disseminação do conceito da polipílula, que seria constituída por uma estatina (em doses moderadas), três anti-hipertensores (em metade das doses habituais), ácido fólico (0,8 mg/dia) e aspirina (75 mg/dia), podendo, no futuro, ser diferente a sua composição.

Teórica e especulativamente, um terço das pessoas com idade igual ou superior a 55 anos poderia beneficiar da sua toma, ganhando uma média de onze anos de vida livres de um acidente cardio ou cerebrovascular. Contudo, 8 a 15% das pessoas teria efeitos adversos.

ver comentários (0)

Deixe o seu comentário sobre este artigo

Este é um espaço que visa promover a partilha de ideias, opiniões e experiêncas sobre os temas abordados nos nossos artigos. Participe! Outros poderão beneficiar do seu comentário.
Não é aqui facultado qualquer tipo de aconselhamento médico!