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Artigo de Saúde Pública®

Nº 46 / Março de 2006






02 «A osteoartrose é a doença crónica mais prevalecente da raça humana» - Prof. Viana de Queiroz
«A osteoartrose é a doença crónica mais prevalecente da raça humana»


Não é um processo inevitável do envelhecimento, contudo, calcula-se que toda a população com mais de 70 anos tem osteoartrose, ainda que não manifeste sintomas. A dor, a rigidez e a dificuldade na mobilidade são as principais queixas dos doentes.

Embora não seja possível recuperar a saúde das articulações, os tratamentos permitem atrasar a evolução da doença e aliviar a sintomatologia.

É com o passar dos anos que o organismo se vai ressentindo do esforço, dos maus hábitos e até da falta de cuidado em certas situações da vida. Quando o desgaste começa a ser geral é que se dá conta do peso da idade e se pensa que já nada há a fazer, pois é esse o processo natural do envelhecimento.

«A osteoartrose é uma doença reumática degenerativa que atinge a cartilagem articular, associa-se ao envelhecimento, mas pode ser tratada no sentido de retardar a sua evolução e recuperar a qualidade de vida com o alívio da dor», explica o Prof. Viana de Queiroz, director do Serviço de Reumatologia do Hospital de Santa Maria.

Por vezes desvalorizada pelo doente, a osteoartrose tende a evoluir quase silenciosamente, manifestando dor e desconforto apenas no momento em que há movimento ou peso sobre a articulação em causa.

Segundo o Dr. João Ribeiro da Silva, assistente graduado de Reumatologia do Hospital de Santa Maria, «a doença não é muito valorizada em termos de sintomatologia porque o próprio doente, de um modo geral, aceita ou tolera bem a dor articular não só pela intensidade, mas porque tradicionalmente há uma aceitação da dor, desde que esta não afecte muito as suas vidas».

É o que acontece na osteoartrose, pelo menos nas fases mais iniciais. «Os doentes acabam por conformar-se com alguma deformação ou com mais dificuldades em determinadas tarefas diá­rias, mas levam uma vida mais ou menos normal», adianta João Ribeiro da Silva. «Como tal, não se preocupam em resolver esses pequenos incómodos.» Só com o passar do tempo e com o agravamento dos sintomas é que sentem necessidade de aliviar a dor ou recuperar alguns movimentos.

Na osteoartrose há uma diminuição da espessura da cartilagem, o que resulta numa redução no espaço articular, permitindo o contacto mais próximo entre os dois ossos. É desse fenómeno que resulta a principal queixa dos doen­tes: a dor.

«A dor na osteoartrose não é generalizada como acontece noutras doenças reumáticas. É uma dor localizada apenas na zona da articulação afectada, que só é sentida pelo doente quando ele mobiliza ou esforça essa articulação. Não se verifica dor ao nível da cartilagem, dado que esta estrutura não é enervada, mas sim ao nível dos músculos, tendões e dos ossos que estão em contacto com essa articulação», explica o Dr. Domingos Araújo, reumatologista do Centro Hospitalar do Alto Minho.

Porém, esta dor não é constante, pelo contrário, ela manifesta-se de forma intermitente e de acordo com determinados factores.

João Ribeiro da Silva reforça que «há perío­dos de dor muito intensa e períodos de total ausência de dor. Os períodos maus, isto é, de dor, caracterizam-se muitas vezes pelo processo inflamatório, resultante do contacto entre dois ossos. Esta inflamação não é tão exuberante como na artrite, mas também causa dor e incapacidade».

O especialista acrescenta que «a inflamação não é uma característica da osteoartrose, mas sim uma consequência da sua evolução»

Profissões de risco

Sendo a osteoartrose uma doença reumática associada ao envelhecimento, existem contudo factores que antecipam o seu aparecimento e dão origem aos casos precoces.

«A hereditariedade, isto é, quando a influência genética leva à existência de outros casos da doença na mesma família, a obesidade, os traumatismos, o uso exagerado das articulações, ou, pelo contrário, a falta de uso das mesmas, são potenciais factores de risco para o desenvolvimento de doença artrósica antes do tempo», explica o Dr. Domingos Araújo.

«Se uma articulação sofrer um traumatismo violento, ou se estiver exposta a traumatismos repetidos, poderá vir a desenvolver osteoartrose mais precocemente. A cartilagem sofre uma deterioração precoce que, em situações normais, não teria», continua o especialista do Centro Hospitalar do Alto Minho.

Estas situações, de acordo com João Ribeiro da Silva, sucedem frequentemente em determinadas profissões: «Os jogadores de futebol e outros desportistas, mais sujeitos a traumatismos dos joelhos, os trabalhadores da construção civil, que trabalham o dia inteiro com um martelo pneumático, têm uma maior probabilidade de sofrer de artroses do cotovelo, os pianistas, nos dedos e todos os profissionais expostos a movimentos repetitivos ou a muitas horas de pé.»

A partir dos 50 anos as mulheres são mais afectadas, mas, após os 70, a doença atinge ambos os sexos. «Pode dizer-se que depois dos 70/75, a osteoartrose é universal e 100% da população com essa idade tem a doença. Mesmo que não se manifeste em sintomas, é possível detectar alterações significativas na cartilagem», adianta Viana de Queiroz.

Há articulações preferencialmente afectadas pela artrose: as ancas, os joelhos, as articulações dos dedos das mãos, nos primeiros dedos dos pés – correctamente chamados joanetes – e as da coluna vertebral que levam à formação de osteófitos, vulgarmente conhecidos como bicos de papagaio.

João Ribeiro da Silva completa: «Todas as articulações estão sujeitas, mas algumas são menos atingidas. As articulações dos cotovelos, dos tornozelos as tempora-maxilares, e as do ombro. Estas são mais comuns em profissões e actividades que facilitam o seu aparecimento.»

Economizar as articulações

Sendo a osteoartrose uma doença degenerativa progressiva, não tem ainda tratamento regressivo, o que significa que todas as alterações da cartilagem articular são irreversíveis.

Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, maior será a probabilidade de prevenir a evolução da doença para casos mais críticos de incapacidade. Desta forma, e dado que na sua fase inicial a osteoartrose não manifesta sintomas, a sugestão é só uma: prevenção.

«Sabendo quais são os factores de risco é possível fazer um bom uso das articulações de forma a poupá-las de determinadas situações», explica Domingos Araújo. «Prevenir a obesidade e manter um peso adequado à estatura do corpo», são também medidas apontadas por Viana de Queiroz.

Se for diagnosticada precocemente, João Ribeiro da Silva aponta outras recomendações: «O doente deve conhecer a sua doença e deve participar num plano de prevenção para não transferir para o médico toda a responsabilidade. Deve saber quando tomar os medicamentos e conhecer que há mecanismos que podem agravar a doença, para poder evitá-los.»

O especialista adianta que «deve também conhecer os processos de alívio dos sintomas, entre eles, o repouso frequente, usar uma canadiana para ajudar a suportar o peso do corpo, evitar subir e descer escadas e praticar exercício como caminhadas em solo plano com intervalos para descanso ou hidroginástica (a água quente relaxa e tem um efeito analgésico nos músculos)».


Cátia Jorge
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