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Artigo de Saúde Pública®

Nº 46 / Março de 2006






15 Combater o cancro mais frequente na mulher – Dr.ª Maria Helena Gervásio
Dr.ª Maria Helena Gervásio
Directora do Serviço de Oncologia Médica do IPO de Coimbra
Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia
[email protected]


Os seios fazem parte da feminilidade da mulher. Têm uma importância primordial ao longo da sua vida.

Quando a menina se torna mulher a transformação da glândula mamária é importante e torna-se um orgulho para a mulher que desperta para a vida. É um sinal externo de maturação, realça a beleza feminina, é sensível para o prazer sexual e fundamental para a amamentação.

A notícia do diagnóstico de cancro da mama é sempre dolorosa, qualquer que seja a idade da mulher, com repercussões físicas, emocionais e sociais.

Como médica, tenho vivido várias experiências com estas doentes. Independentemente da idade, do perfil psicológico e cultural da mulher, a primeira reacção é de desespero, medo, revolta e até de negação da doença. Receiam a vida em primeiro lugar e depois os tratamentos – cirurgia, quimioterapia, radioterapia. Deixam de nos ouvir momentaneamente.

Quando entram na fase da consciencialização da situação clínica, então começam as dúvidas. Preciso de tirar a mama toda? Preciso de tratamentos dolorosos? Fico boa? Durante quanto tempo? Cria-se então uma empatia recíproca médico/doente.

Esclarecem-se os tratamentos. Explicam-se as alternativas possíveis para a manutenção da feminilidade da mulher. É importante nesta fase o apoio que o conjugue, filhos ou demais família possa prestar, para estimular a imagem que existe da vida para além da mutilação dos tratamentos.

O pânico do diagnóstico é desfeito quando aceitam os tratamentos. É evidente que este facto é devido em especial, ao receio da perda da vida. É imperioso esclarecer que o diagnóstico desta doença numa fase inicial conduz a fortes probabilidades de cura.

Esta é a grande razão para motivar as mulheres a fazerem o seu rastreio. Numa altura em que nada se palpa ou vê, as alterações que se possam encontrar na mamografia são, normalmente, localizadas e potencialmente curáveis.

É importante que se façam campanhas de esclarecimento sobre a doença e meios de rastreio. As mulheres só pelo facto de serem mulheres, são um factor de risco para desenvolverem a doença. Precisam por isso de saber como a detectar no período em que se podem curar. Não recear a doença com a carga de morte que habitualmente associam, mas sim como uma patologia que tem tratamento e cura como as restantes, consideradas mais banais.

A mamografia do rastreio é um método de diagnóstico preciso, eficaz, seguro e indolor. 90% das mulheres que fazem o seu diagnóstico numa fase inicial estão curadas após o tratamento.

Por outro lado, o próprio tratamento é diferente face à extensão da doença. Os tumores pequenos podem ser tratados com cirurgia conservadora, preservando a mama e deste modo obviando a mutilação física e psicológica tão temida com a perda da mama.

Apesar dos números de cancro da mama estarem a aumentar em todo o mundo, devido entre outros factos, ao aumento da esperança de vida, isto é, a mulher viver mais anos, a mortalidade por esta doença tem diminuído.

Os rastreios e os diagnósticos precoces, a evolução dos meios de diagnóstico, com mamógrafos mais minuciosos, estão na origem deste acontecimento, embora o desenvolvimento rápido da terapêutica esteja a contribuir para isso.

Nos últimos anos temos assistido ao aprofundamento rápida dos conceitos da biologia molecular, do aparecimento de novos fármacos e de novos métodos de terapêutica, permitindo-nos controlar a doença, aumentar a sobrevivência e muitas vezes curar as doentes.

A quimioterapia primária, que é feita antes da cirurgia, tem ajudado a limitar a doença e a permitir cirurgias menos mutilantes, melhorando a qualidade de vida das doentes.

Recentemente, a introdução do docetaxel no tratamento primário tem permitido obter em maior número, respostas completas da doença, com confirmação histológica, o que seguramente irá conduzir ao aumento da sobrevivência, embora ainda não tenhamos tempo de recuo suficiente para o demonstrar.

A quimioterapia adjuvante, após a cirurgia, surgiu nos anos 2000 com novas associações de citostáticos, onde o uso das antraciclinas e taxanos, nomeadamente o esquema TAC (docetaxel, doxorrubicina e ciclofosfamida), dando um aumento da sobrevivência a mulheres que têm pior prognóstico, ou seja menos possibilidades de cura por extensão local da doença.

O conhecimento biomolecular das células tumorais, permitem identificar proteínas e conhecer enzimas que conduzem a um pior prognóstico, ou seja, a não resposta do tumor aos tratamentos clássicos, justificando a resistência que por vezes encontramos. A determinação da expressão ou ampliação do HER2 nas células tumorais foi estudada, verificando-se que estes tumores são mais agressivos e respondem pior aos tratamentos.

A evolução da ciência com os ensaios clínicos efectuados, confirmaram que estas doentes deviam submeter-se a tratamentos com antraciclinas e taxanos. A descoberta do anticorpo monoclonal – trastuzumab, que actua especificamente neste alvo tumoral, quando associado á quimioterapia mostrou uma diminuição do risco de morte em 33%, e uma redução do risco de recidiva à distância que varia de 39% a 51%.

Depois da evolução da hormonoterapia, esta associação representou ganhos significativos para as doentes com cancro da mama de alto risco, com grande probabilidade de desenvolverem doença mais tarde após os tratamentos.

Esperamos a todo o momento Ter conhecimentos suficientes para identificarmos cada vez mais as características individuais destes tumores, e com os novos fármacos ou novas associações controlarmos definitivamente a doença.