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Artigo de Saúde Pública®

Nº 44 / Janeiro de 2006






00 IV – Como tratar as várias formas de epilepsia? – Dr. Dílio Alves
Dr. Dílio Alves
Director do Serviço de Neurologia do Hospital de Pedro Hispano
Tesoureiro da Sociedade Portuguesa de Neurologia
[email protected]


Existem várias formas de epilepsia. Umas são facilmente tratáveis e curam, outras exigem tratamento especializado.

A epilepsia é uma doença crónica que se caracteriza pela existência de crises epilépticas repetidas e separadas no tempo. Daí resulta que só tem epilepsia quem sofreu de pelo menos duas crises epilépticas, e que, entre duas crises podem decorrer longos meses sem que a doença se manifeste, fazendo a pessoa uma vida normal.

A epilepsia não é uma doença única e pode ter várias causas. As crises epilépticas podem surgir quando há uma lesão no cérebro (por exemplo, resultante de um traumatismo de crânio, de um acidente vascular cerebral ou um tumor), mas também podem surgir em cérebros sem qualquer lesão. Existe, neste último caso, uma predisposição genética para as crises epilépticas. São, geralmente, as últimas aquelas que correm bem e que são curáveis.

Nas suas diferentes formas, a epilepsia atinge cerca de cinco pessoas em cada mil habitantes e por isso se calcula que em Portugal existam cerca de 50.000 pessoas afectadas.

As epilepsias em que não há lesão cerebral são mais frequentes na criança e adolescente. Os casos em que a doença surge por uma lesão cerebral são mais comuns na criança pequena (relacionada com lesões cerebrais congénitas) e na terceira idade, neste último caso, originadas por doença vascular cerebral ou outro tipo de patologias que vão surgindo com o envelhecimento.

O médico que avalia um doente que sofreu uma crise epiléptica necessita de ter uma descrição o mais pormenorizada possível dessa crise, precisa de saber se existem doenças anteriores que possam ter deixado lesões cerebrais e se existem familiares com epilepsia ou com doenças neurológicas.

Irá depois fazer o exame neurológico para detectar outros sinais que possam indicar a existência de lesão cerebral e pedirá exames, em regra um electroencefalograma e um exame de imagem (que pode ser uma TAC ou uma ressonância magnética cerebral).

Quando dispõe de todos estes dados irá classificar a epilepsia e estabelecer um plano de tratamento e um prognóstico quanto à provável evolução da doença.

Nos casos em que existem lesões cerebrais visíveis na TAC ou na ressonância magnética, o prognóstico é geralmente menos favorável mas, mesmo nesses casos mais graves, o tratamento com medicamentos antiepilépticos consegue controlar as crises.

Os casos mais benignos são os que correspondem a epilepsias com maior componente genético, mais frequentes em idade escolar, podendo assumir a forma de uma epilepsia de ausências – a criança tem crises em que, durante uns segundos, fica «ausente», voltando ao normal logo que acaba a crise – ou a forma de uma epilepsia parcial benigna, com crises geralmente durante o sono. Em qualquer destes casos, o electroencefalograma permite um diagnóstico bastante seguro e é possível afirmar que a epilepsia irá ficar curada.

Compete ao médico escolher um medicamento adequado ao tipo de epilepsia em causa, de entre mais de uma dezena de medicamentos eficazes. Com a medicação, cerca de dois terços dos doentes vão deixar de ter crises e, nalguns casos, será mesmo possível, ao fim de alguns anos de medicação, vir a reduzir ou mesmo suspender a tratamento.

O doente deverá ainda cumprir algumas regras básicas: é importante abster-se de medicamentos ou alimentos que possam piorar a epilepsia (sobretudo o álcool), ter um horário de sono e dormir bem. O exercício físico não faz mal à epilepsia. Devem, contudo, ser evitadas as situações em que o doente fica em locais perigosos e pode cair ou ser atropelado.

Nos casos em que não se consegue um controlo total das crises (e são cerca de um terço do total), os doentes devem ser enviados a um serviço especializado em epilepsia, onde lhes será proposta uma avaliação mais completa, que inclui geralmente um electroencefalograma prolongado com registo de crises em vídeo e uma nova ressonância magnética, mais completa. Muitos desses doentes são candidatos a tratamento cirúrgico da epilepsia.

É também muito importante não estigmatizar. A epilepsia é uma doença conhecida ao longo dos séculos e, como as crises são muitas vezes aparatosas e assustadoras, o indivíduo que tem crises em público é facilmente estigmatizado. Como vemos, cerca de dois terços vão ter a sua epilepsia controlada e poderão levar uma vida perfeitamente normal.
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