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Artigo de Saúde Pública®

Nº 44 / Janeiro de 2006






02 Janela do Cidadão – Não é por mal – Dr. Álvaro Cidrais
Dr. Álvaro Cidrais
Geógrafo e Consultor
[email protected]


Na saúde, há mais razões para agradecer do que para reclamar! Mas nós, mentalmente insanos, cultivamos e institucionalizámos a crítica! Temos «livros de reclamações», mas não temos «livros de agradecimentos». Não é por mal. É por estupidez educacional.

Há poucos dias, tive oportunidade de ler uma mensagem escrita muito elogiosa de um utente para com os médicos, enfermeiros e o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde! Afinal, apesar das más-línguas, há resultados tão bons no sistema público que o utente sente vontade de expressar a sua gratidão, por escrito, à instituição e aos indivíduos que o acompanham há mais de 15 anos.

No País em que estamos, que adora dizer mal! É obra! Obriga a pensar.

Todavia, há neste facto um pormenor caricato! O elogio e agradecimento foi escrito no modelo n.º 1426 da Casa da Moeda. É o do­cumento oficial e institucional de «Reclamação» para toda a Função Pública!

Pasmemo-nos!!!!! De facto, este utente precisou de se socorrer de um documento de reclamação para poder comunicar com a instituição e expressar o seu agradecimento! Parece uma anedota, mas não é. Demonstra bem o nosso mau nível de comunicação!

Por curiosidade, perguntei a vários amigos, colocados em diferentes ministérios e serviços, se tinham algum formulário específico de agradecimentos. Aparentemente, não há! Mas, no entender de uma senhora com quem falei, «as pessoas podem expressar o seu sentimento directamente aos médicos e enfermeiros. Por isso, não é necessário!».

Se assim é, também podemos fazer o mesmo com as reclamações! Então não precisamos do modelo 1426. Podemos ir ao guichet dizer pessoalmente a alguém que ficámos insatisfeitos ou desagradados com algo.

Este é um exemplo evidente de como sentimos e comunicamos em Portugal. Fazemo-lo de modo doentio, privilegiando o mal e não dando espaço ao bem.

Também há uma cultura nacional que promove a crítica e o controlo externo, esquecendo a importância do reconhecimento e do agradecimento como factores fortalecedores das vontades e das boas mudanças. Por isso, o Estado só institucionalizou as «reclamações».

Nas empresas privadas, passa-se o mesmo. Na melhor das hipóteses, existe uma folha de «sugestões» e outra de «reclamações». Lido diariamente com algumas empresas na vertente da comunicação (interna e externa). Em 10 anos de experiência profissional, nunca vislumbrei um documento de «agradecimentos»!

No dia-a-dia, temos tendência para dizer de forma automática e insensível: «Obrigado». Mas, sentimos dificuldade em agradecer de modo sentido ou – e pasmemo-nos mais uma vez – de receber um elogio e agradecimento.

Por vezes, ficamos sem jeito! Um pouco desconfortáveis.
É estranho. Ou talvez não! É um problema da sociedade, um sintoma de doença mental na forma como fomos educados, como educamos os miúdos e como concebemos a troca dos afectos.

Agora, que pela primeira vez na história temos duas gerações sucessivas de portugueses habituadas à luxúria do ter, viciadas no consumo irreflectido de bens materiais, endividadas até às orelhas, pouco educadas para as emoções e esquecidas do extraordinário valor do reconhecimento, do elogio sincero e da gratidão…temos o Natal transformado na grande festa do consumo!

Não é por mal! Mas estamos mal!

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