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Artigo de Medicina e Saúde®

Nº 93 / Julho de 2005






44 Dossiê - Cuidado com as queimaduras solares
Texto: Paula Cravina de Sousa

Sol escaldante

Agora que as férias e o Verão se conjugam, é preciso ter alguns cuidados. Quando os dias são passados na praia, entre um mergulho e a toalha, é da máxima importância proteger a saúde da pele antes que o sol se transforme no seu maior inimigo.

O tempo quente e a água fresca do mar convidam a dias e dias a fio passados na praia, entre o torpor da areia e a energia do mar. Se tem o hábito de «fritar» ao sol, não descure alguns alertas para tirar o máximo partido da praia sem consequências indesejáveis. Porque nunca é demais relembrar!

As consequências das queimaduras provocadas pelo sol podem ser de três tipos: imediatas, retardadas e de longo prazo.

Dentro das imediatas cabem os efeitos mais ligeiros ou menos graves, como o calor ou a pigmentação imediata.

As consequências retardadas surgem, regra geral, algumas horas depois, como é o caso do escaldão. Este pode provocar vesículas ou bolhas e até cicatrizes.

O dermatologista e responsável pela Clínica de Dermatologia do Areeiro, Dr. Orlando Dias Martins, afirma que, «numa fase inicial, há um aumento da resistência imunitária, mas a longo prazo deixa de se verificar. Também se verifica um aumento da espessura da pele».

A exposição solar pode também provocar, ao nível das consequências retardadas, herpes, urticárias solares, bem como outros tipos de reacções alérgicas. Outra das consequências que podem surgir é a insolação, «que tem complicações graves e que pode inclusive levar ao coma», diz o especialista, acrescentando que «a insolação provoca desidratação, cefaleias, confusão e febre alta, sendo aconselhável, em caso de suspeita deste efeito, consultar um médico».

A longo prazo, o excesso de sol leva ao envelhecimento da pele e, em alguns casos, ao aparecimento de cancro.

Contudo, segundo o dermatologista, «o mais frequente é o envelhecimento da pele e só depois vêm os tumores. Hoje em dia, as pessoas estão mais sensibilizadas e correm logo ao especialista quando vêem qualquer alteração».

Protecção, acima de tudo!

Em relação aos protectores solares, Orlando Dias Martins considera que «há alguns pontos que ainda têm de ser esclarecidos, porque a população ainda não está bem dentro do assunto».

«Com um protector de factor 20, por exemplo, o indivíduo que teoricamente apanhe um “escaldão” ao fim de 10 minutos, com aquele protector, e se funcionar, estará protegido 200 minutos, o que equivale a 3.20 h. Mas esta protecção só é garantida se forem utilizados 20 gramas (g) de protector, o que equivale a uma colher de sopa», assinala o especialista, acrescentando:
«Ora, ninguém utiliza 20 g de protector. Normalmente, espalha-se metade da quantidade recomendada. Logo o índice de protecção não é o teórico.»

Outro dos factos a esclarecer é a protecção contra a água, que muitos produtos apregoam.

De acordo com o médico, «o protector pode ser resistente à água, mas quando se chega à areia esfrega-se ou deita-se na toalha, contribuindo para a remoção do creme».

O dermatologista aconselha, por isso, a colocar o protector meia hora antes de ir para a praia, de modo a haver uma combinação do produto com a camada superficial da pele, e depois a renovar com frequência a camada de protector solar.

Usar óculos escuros é muito importante, sobretudo, «nas pessoas de olhos claros, já que têm um risco acrescido de sofrer de cataratas», alerta Orlando Dias Martins, afirmando que «os raios ultravioleta penetram na córnea, podendo originar o aparecimento tardio de cataratas».

É imprescindível não permanecer ao sol nas horas de maior calor, nomeadamente, entre as 11.00 h e as 16.00 h.

O uso de perfumes para ir para a praia também deve ser banido. Isto porque, segundo indica o nosso entrevistado, «contêm substâncias sensibilizantes, que podem provocar reacções alérgicas».

Há determinados grupos de risco, como as crianças e idosos, que devem estar especialmente protegidos com camisolas de algodão e chapéus.

Existem, ainda, indivíduos que, por padecerem de determinadas doenças, devem evitar a exposição solar, como é o caso de quem sofre de lúpus. As pessoas que tomam antidepressivos ou a pílula devem também ter cuidados redobrados.
«A pílula favorece o aparecimento de manchas na pele e de pigmentações», explica o especialista.

Mas não é apenas o sol que pode ser nocivo para a pele. Orlando Dias Martins alerta para as consequências dos solários:

«Os solários até podem ser factor de alguma protecção, uma vez que quando as pessoas vão para a praia já têm alguma pigmentação. Mas, quando frequentados de forma sistemática, contribuem para o envelhecimento precoce da pele.»

O abecedário dos sinais cutâneos

No que diz respeito aos tumores da pele, há que estar especialmente atento aos sintomas, que podem ser muito ténues e passar despercebidos. Há que dar particular atenção aos sinais cutâneos.

Orlando Dias Martins explica o abecedário dos melanomas, que está relacionado com a observação dos sinais da pele.

Assim tem-se:

A – de assimetria – que tem a ver com o aumento de tamanho do sinal, sendo um dos eixos assimétrico;

B – de bordo – os limites da lesão não devem ter reentrâncias nem devem ser irregulares;

C – de cor – um sinal saudável apresenta uma cor homogénea, «não deve, por exemplo, apresentar uma cor clara numa metade e noutra apresentar uma tonalidade mais escura ou mesmo preta», explica o dermatologista;

D – de diâmetro – «o diâmetro de um sinal cutâneo normal até cinco ou seis milíme­tros, em princípio não é de alarmar. Se cresce pode ser um alerta para a presença de um tumor da pele», afirma o especialista;

E, finalmente, o E – de evolução – «há que estar atento à evolução de vários factores como o tamanho – se cresce ou não –, se dá ou não prurido, se apresenta alguma inflamação à volta do sinal».

Caso apresente algum destes sintomas, é aconselhável procurar o dermatologista.

Tipos de pele

O tempo de exposição ao sol e a protecção utilizada devem ter em conta o tipo de pele. Segundo o especialista, há seis tipos de pele:

I – corresponde aos albinos, sem pigmentação e que sofrem queimaduras solares com facilidade e com alguma gravidade;

II – não bronzeiam, «apanham apenas uma ligeira coloração e apanham sempre escaldões», refere Orlando Dias Martins;

III – este é o tipo de pele mais frequente em Portugal, em que a pele apresenta uma pigmentação fácil e as queimaduras são mais raras;

IV – este tipo de pele nunca apanha escaldão e existe uma pigmentação cons­tante;

V – corresponde à raça indiana e a outras raças moderadamente pigmentadas;

VI – corresponde à raça negra.

Cuidados a ter na praia

– Evitar as horas de maior calor (entre as 12.00 h e as 16.00 h);

– Usar um protector solar adequado ao tipo de pele;

– Espalhar o protector 30 minutos antes de ir para a praia;

– Renovar a aplicação com frequência;

– Usar óculos escuros;

– Proteger crianças e idosos da exposição prolongada;

– Evitar a utilização de perfumes;

– Nos trópicos requere-se algum cuidado já que a humidade,
conjuntamente com o calor em excesso, podem provocar vesículas de água (sudamina).
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