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Artigo de Medicina e Saúde®

Nº 89 / Março de 2005






64 Dossier - As disfunções sexuais que atormentam as mulheres
AUSÊNCIA DE DESEJO, DE ORGASMO, VAGINISMO...

As disfunções sexuais no sexo feminino são um tema pouco abordado e constituem factor de «complexo» para a mulher.
No entanto, com o acompanhamento adequado, podem ser ultrapassadas.

Há três tipos mais frequentes de disfunção sexual: o desejo sexual hipoactivo, que se caracteriza pela falta de desejo sexual; a anorgasmia, que se reflecte na ausência de orgasmo, e o vaginismo, que se caracteriza pela contracção involuntária dos músculos de entrada da vagina, provocando dor aquando da penetração ou impedindo-a.

Segundo o Dr. José Pacheco, sexólogo do Hospital de Júlio de Matos, «este é o tipo de disfunção sexual que causa mais vergonha na mulher».

Mas há outros tipos de disfunção sexual que podem afectá-la. A fobia sexual é caracterizada pelo evitar de uma actividade sexual, que envolve sentimentos de repulsa, ansiedade e medo. Existe também a disfunção da excitação sexual, que é a incapacidade persistente ou recorrente em adquirir ou manter a lubrificação vaginal até o final do acto sexual. A mulher nesta situação tem pouca ou nenhuma sensação de excitação.

Normalmente, existe uma «dessincronia entre o que acontece psicológica e fisicamente, sendo que a mulher pode estar excitada, mas não ter lubrificação suficiente que permita a penetração, ou pode acontecer o contrário, a mulher pode ter lubrificação, mas não se sente excitada», afirma o especialista.

As consequências são, sobretudo, psicológicas: a mulher que padece de disfunção sexual sente-se muitas vezes diminuída, embaraçada e envergonhada, e o problema pode afectar a vida do casal.

«A anorgasmia e o vaginismo são mais graves do ponto de vista psicológico, já que a mulher sente-se diminuída, sente que lhe falta qualquer coisa, enquanto a falta de desejo afecta sobretudo o casal», frisa o sexólogo.

As disfunções sexuais masculinas e femininas são vividas de modo diferente.
«A mulher associa o problema à qualidade da relação», diz o especialista. Para o homem o problema é mais pesado, já que este «assume a responsabilidade pelo prazer da mulher durante a relação sexual».

Além deste factor, o sexo masculino não associa a disfunção à relação, «considera-o como um factor independente», observa o especialista, continuando:
«Se o homem não tem erecção, sempre verá o problema como algo independente da relação e até de outras coisas como de doenças que possa ter ou ainda de factores como a idade.»

Causas e tratamentos

As causas das disfunções sexuais na mulher podem derivar de factores psicológicos ou físicos. Os primeiros estão relacionados com estados depressivos ou ansiosos e os físicos têm a ver com doenças crónicas ou hormonais, por exemplo.

Segundo José Pacheco, «patologias como a diabetes ou a incontinência urinária ou ainda problemas relacionados com a tiróide podem interferir na sexualidade da mulher».

«O vaginismo (dor que dificulta ou impede a penetração) pode também ser causado por uma infecção prolongada que não tenha sido tratada», esclarece o nosso interlocutor, a título de exemplo.

E afirma: «A própria relação com o parceiro pode interferir na vivência e experiência das relações sexuais.»
As relações conflituosas ou que de alguma forma não satisfaçam a mulher, por exemplo, podem fazer com que esta não se sinta satisfeita sexualmente.
Porém, com o acompanhamento adequado, as disfunções sexuais podem ser ultrapassadas.

O diagnóstico passa pela realização de um estudo prévio e pela detecção das causas da disfunção, sejam psicológicas ou de natureza física, para, em função delas, elaborar-se um plano terapêutico.

Esta terapêutica implica o tratamento das doenças físicas e dos problemas psíquicos que provocam a disfunção. Na anorgasmia e vaginismo utilizam-se, regra geral, métodos de base psicoterapêutica, que consistem na minimização do medo de sentir dor, que está na maioria das vezes por detrás daquelas disfunções.

«Incitamos a paciente a descontrair-se, de modo a aliviar e enfrentar o medo», sublinha José Pacheco.


Paula Cravina de Sousa
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