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Artigo de Medicina e Saúde®

Nº 133 / Novembro de 2008






28 Opinião: Movimento é Vida
A presença da imobilidade pode ser uma manifestação precoce de depressão no adulto/idoso
- Enf. Bruno Camolino Bernardo, Licenciado em Enfermagem
O conceito de imobilidade significa, habitual­mente, qualidade ou estado do que é imóvel. No entanto, este conceito tem um âmbito mais alargado, podendo ser definido como restrição prescrita ou inevitável de movimento em qualquer momento de vida do indivíduo. Isto é, a imobilidade pode ocorrer em vários níveis: físico, emocional, intelectual e social, podendo ainda ser provocado por doença, tratamento ou por factores próprios do indivíduo ou do seu meio.


A imobilidade afecta o total funcionamento da pessoa em todos os seus aspectos. O aparecimento de consequências da imobilidade depende de: duração da mesma e do seu grau, que por sua vez deriva do processo patológico, idade e estado de saúde anterior à imobilidade.

São muitas e diversas as causas que podem levar a uma imobilidade parcial ou mesmo total nas pessoas, com especial incidência nos mais idosos. As patologias músculo-esqueléticas, neurológicas e cardiovasculares são as que mais provocam uma diminuição da capacidade física.

O medo das quedas (devido ao enfraquecimento ósseo inerente à idade avançada ou a problemas relacionados com osteoporose e perca de acuidade visual), por exemplo, nos mais idosos, vai levar a uma redução voluntária da actividade física, redução essa que muitas vezes é estimulada pelos próprios familiares/elementos cuidadores.

De salientar ainda que a presença da imobilidade pode ser uma manifestação precoce de depressão no adulto/idoso.

Assim, as principais causas da imobilidade podem ser classificadas segundo vários níveis:
- músculo-esquelético (ex.: osteoartroses e poliartrites, osteoporose, fracturas do colo do fémur, polimialgia reumática);
- neurológico (ex.: AVC, demências, Parkinson, neuropatias);
- cardiovasculares (ex.: insuficiência cardíaca congestiva severa, cardiopatia isquémica grave, insuficiência vascular periférica),
- respiratório (ex.: doença pulmonar obstrutiva crónica, infecções respiratórias graves);
- sensorial (ex.: alterações da visão);
- ambiental (ex.: Imobilidade forçada, inadequação arquitectónica)
- ou outras (ex.: malnutrição, dor, doenças sistémicas graves, efeitos secundários de fármacos e depressão).

A perda de massa muscular, volume e força do músculo, associada a uma diminuição da densidade óssea e alterações da mobilidade das articulações por imobilização no leito, são consequências que conduzem ao aparecimento de uma das complicações mais frequentes da imobilidade, as alterações cutâneas (úlceras de pressão). Ela pode conduzir ainda a diminuição da função respiratória, por movimentos respiratórios menos amplos, estase e acumulação de secreções que propiciam o aparecimento de infecções respiratórias frequentes.

Importa referir ainda que muitas das doenças derivadas de processos tromboembólicos (AVC, tromboembolismo pulmonar, flebotromboses, etc.) são decorrentes da formação de trombos/coágulos promovidos pela imobilidade.
A distensão abdominal e a obstipação são igualmente consequências importantes e frequentes.

De salientar que a imobilidade pode afectar o status social e familiar do doente e o papel que este desempenha no seu meio, conduzindo muitas vezes o indivíduo a uma sensação de isolamento.

Tendo em conta o descrito, nenhuma pessoa deve ser deixada imóvel mais tempo do que o absolutamente necessário. Assim, quando o repouso é inevitável a intervenção de Enfermagem revela-se fundamental, quer no meio hospitalar, quer no domicílio, na elaboração de um plano de cuidados personalizado e negociado com utente/família, que permita a prevenção de lesões e a recuperação da pessoa.

O mesmo passa pela promoção de um bom nível de cuidados de higiene, realização e ensino de mobilizações activas/passivas com mudança frequente de posição, estimulação do levante precoce do indivíduo de acordo com as suas limitações e grau de capacidade.

A avaliação do estado nutricional e a orientação para a importância do aporte hídrico e nutricional adequados, prevenindo alterações da eliminação (ex.: obstipação), assegurando o uso de laxantes se necessário; monitorizando o adequado cumprimento do plano terapêutico no que toca ao uso de antiagregantes ou anticoagulantes é fundamental.

Perante alterações do padrão respiratório, o enfermeiro deve fazer ensino para uma respiração profunda, incentivar uma tosse eficaz, proceder à aspiração de secreções se necessário e cinesioterapia respiratória.

Os Cuidados de Enfermagem deverão, também, orientar para a mobilização dos recursos da comunidade, insistir na participação da pessoa/família, nos seus próprios cuidados, encorajando a mobilidade física e psicológica visando a independência, apoiando e orientando a família/elementos cuidadores em todo este processo. Na verdade, movimento é Vida!...


Enf. Bruno Camolino Bernardo
Licenciado em Enfermagem
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