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Artigo de Medicina e Saúde®

Nº 123 / Janeiro de 2008






06 Saúde Mental
20% dos portugueses vivem com depressão
Conheça os sintomas físicos e emocionais da doença que afecta 121 milhões de pessoas em todo o mundo
Baixa auto-estima, sentimento de culpa, tristeza, nervosismo ou pensamentos suicidas. Fadiga, dores de cabeça, tonturas ou perturbações gastrintestinais. Estes e muitos outros são sintomas emocionais e físicos, respectivamente, da depressão.


Em 2001 a Organização Mundial de Saúde classificou a depressão como a quarta doença que mais causa incapacidade, estimando que em 2020 passe a posicionar-se no segundo lugar. Está entre as 107 patologias mais relevantes, pensa-se que afecta 121 milhões de pessoas em todo o mundo. Ainda a nível mundial, calcula-se que afecte 5,8% dos homens e 9,5% das mulheres.

De acordo com o Portal da Saúde do Ministério da Saúde, 20% dos portugueses estão afectados pela depressão. Aliás, é uma doença reconhecida no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública.

Mas, afinal, como é caracterizada a depressão? Trata-se de uma doença psiquiátrica que se manifesta através de diversos sintomas, especialmente associados ao humor. Implica, pois, que afecte pensamentos, sentimentos, atitudes, comportamentos, assim como a saúde física.

As causas não são específicas, resultando de interligação de factores de índole genética, bioquímica e psicológica. Desta forma, pode ser hereditária, ocorrer devido ao stress, provocada por certos medicamentos, bem como pelo abuso de álcool e de drogas.

Os indivíduos que sofrem de doenças crónicas (SIDA, cancro, asma, etc.), os idosos e as pessoas com tendência para desenvolver ataques de pânico e ansiedade têm uma maior susceptibilidade para desenvolver depressão. Pode igualmente surgir numa determinada fase da vida, como no período pós-parto, na menopausa, na adolescência ou quando se sofreu uma perda significativa de alguém muito próximo.

Qualquer pessoa pode ser afectada, independentemente da raça, idade ou classe social e profissional, inclusive as crianças!

É possível diagnosticar a depressão através do historial clínico do doente. Na avaliação, também se tem em conta a sintomatologia, considerando critérios preestabelecidos (por exemplo, existência de vários sintomas e persistência dos mesmos mais de duas semanas).

Existe tratamento para esta doença, sendo que tem vindo a sofrer evoluções significativas e positivas ao longo dos últimos anos. Regra geral, os médicos prescrevem medicamentos pertencentes ao grupo dos inibidores selectivos da recaptação da serotonina.

A psicoterapia é outra opção terapêutica, que pode ou não ser realizada em combinação com a terapia farmacológica. A terapia electroconvulsiva e a psicocirurgia são outros métodos usados no tratamento da depressão, mas apenas nos casos muito graves.

Acabar com estigmas e preconceitos

Apesar de haver soluções que permitem ao doente não sofrer algumas das piores consequências da depressão, ainda são muitos aqueles que não recorrem ao auxílio médico. Outros há que não são diagnosticados por desvalorizarem os sintomas. Afinal, ainda existem preconceitos e estigmas sociais!

Por seu turno, a campanha «Quebrar Barreiras» pretende sensibilizar o público em geral, as pessoas com depressão e os profissionais de saúde para a depressão. O intuito será reduzir o sentimento de vergonha sentido por muitos doentes, acabar com preconceitos e contribuir para o aumento do diagnóstico e da terapêutica.

Levada a cabo pela Federação Mundial para a Saúde Mental (WFMH), em parceria com os laboratórios Eli Lilly and Company e Boehringer Ingelheim, foi abordada durante a Conferência Europeia Regional da Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA), organizada em Paris.

Neste âmbito, foi apresentado o Estudo Ligação Mente-Corpo, o qual integra a referida campanha. Segundo esta pesquisa, 85% dos clínicos gerais acredita que compreender a ligação mente-corpo ajuda os especialistas a chegar a um diagnóstico mais rapidamente. Mas 70% dos médicos inquiridos não considera os sintomas físicos dolorosos.

De acordo com o Dr. Gabriel Ivbijaro, chairman do Grupo de Trabalho para a Saúde Mental da WONCA, «os resultados deste estudo salientam a importância da compreensão da ligação mente-corpo. O tratamento da depressão deve contemplar ambos os sintomas emocionais e físicos dolorosos, de modo a ajudar a atingir a remissão e a reduzir a possibilidade de recaída».

«Apelamos aos grupos que representam as pessoas que sofrem de depressão para abraçar a causa mente-corpo e encorajar os doentes a quebrar o silêncio, reduzindo dessa forma o sofrimento desnecessário», indicou o Dr. Preston Garrison, secretário-geral da WFMH, co-comissário do Estudo Ligação Mente-Corpo.

O Estudo Ligação Mente-Corpo foi realizado em França, Alemanha, México, Brasil e Austrália, entre 12 de Julho e 20 de Agosto de 2007, tendo sido conduzido num total de 252 adultos a quem já foi prescrito pelo menos um tratamento para a depressão. Foram também inquiridos 501 clínicos gerais que acompanham, pelo menos, cinco doentes com depressão por mês.

SINTOMAS FÍSICOS:
- Fadiga
- Falta de energia
- Dormir excessivamente ou muito pouco
- Alterações no apetite
- Dores de cabeça
- Dores nas costas
- Problemas digestivos
- Tonturas

SINTOMAS EMOCIONAIS:
- Tristeza permanente
- Sentimento de vazio
- Falta de esperança
- Nervosismo
- Stress
- Perda de interesse nas actividades preferidas
- Dificuldade de concentração
- Baixa auto-estima
- Sentimentos de culpa
- Irritabilidade
- Pensamentos suicidas


Nova geração de antidepressivos

Porque a depressão pode ter sintomas de índole física e emocional, urge tratar ambos para que não afecte demasiado a qualidade de vida do doente.

A duloxetina é de um medicamento que pertence à nova geração de antidepressivos. O fármaco pretende ir mais longe e eliminar todos os sintomas da depressão, quer os físicos, quer os emocionais.

A substância activa é um combinado da recaptação da serotonina (5-HT) e da noradrenalina (NA), que são dois neurotransmissores com um papel de relevo no desenvolvimento de doenças psiquiátricas.

Este medicamento foi estudado num ensaio clínico, no qual estiveram 2951 doentes envolvidos. A incidência da recaída durante os seis meses do período de seguimento em dupla ocultação foi de 17% e 29% para a duloxetina e para o placebo, respectivamente.



Texto: Sofia Filipe

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