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Artigo de Medicina e Saúde®

Nº 122 / Dezembro de 2007






20 Saúde feminina - Cesariana: planeada ou recurso clínico
Entrevista com a Dr.ª Clara Soares, obstetra da Maternidade Alfredo da Costa
Há quem a prefira, mas também há quem não tenha outra hipótese. Quando é uma emergência, tanto o bebé como a mãe podem estar em risco de vida. Já quando é feita a pedido, pode estar relacionada com diversos factores.


Presente na cultura humana desde a Antiguidade, a cesariana foi durante muitos séculos considerada como último recurso para tentar salvar a vida do bebé. Somente no século XIX é que passou a ser encarada pela comunidade médica como uma intervenção para salvar a vida do bebé e/ou da mãe.

Nestes casos, trata-se de cesariana urgente ou electiva, sendo a primeira efectuada durante o trabalho de parto e a segunda resultante de uma situação que ocorra na gravidez e que impeça o parto vaginal, ou que agrave algum problema existente. Outras situações há em que a cesariana é realizada a pedido, sem indicação clínica.

De acordo com os indicadores de 2006 do Ministério da Saúde, 32% dos partos feitos em hospitais públicos portugueses foram por cirurgia. Deu-se um acréscimo de 5,4% em relação a 2004. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha 15% e o objecto do Governo para 2010 será descer para os 20%.

De facto, é importante ter em conta que é uma intervenção cirúrgica, de uma certa dimensão, no abdómen, sendo que em algumas situações poderá estar-se a sobremedicalizar um acontecimento natural na vida de uma mulher.

«A cesariana é realizada quando, por alguma razão de benefício do feto ou mesmo da situação da mãe, é necessário terminar rapidamente o parto», refere a Dr.ª Clara Soares, obstetra da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, exemplificando:

«Pode acontecer porque o bebé não está em condições de suportar o esforço das contracções, quando a bacia da mãe não tem capacidade para a passagem do bebé, ou devido a situações clínicas específicas, como a posição do feto ser arriscada para um parto vaginal.»


Método cirúrgico

No que diz respeito ao método cirúrgico, habitualmente é feita uma incisão transversal sobre a púbis. Apenas nos casos complexos (ruptura do útero, hemorragia, etc.) é que se faz uma incisão longitudinal, ao longo da parede abdominal.

«Actualmente, tanto a cirurgia como a técnica anestésica são seguras e mais simplificadas. De qualquer modo, é uma operação em que a cavidade abdominal está aberta, pelo que apresenta os mesmos riscos de uma outra grande cirurgia», informa Clara Soares, acrescentando:
«Embora se recorra frequentemente à anestesia epidural, que é menos arriscada que uma anestesia geral, a cesariana tem igualmente riscos inerentes à anestesia.»

Por isso, quando se coloca a hipótese de fazer uma cesariana a pedido, esta obstetra aconselha a ponderar exaustivamente todos os factores. «Muitas mulheres têm a ilusão de que a cesariana acaba com os problemas associados ao parto vaginal. É um método seguro, mas não é uma panaceia global e não se apagam todos os riscos fetais ou maternos.»


O porquê do aumento de cesarianas

Mas, afinal, porque tem crescido o número de pedidos? Clara Soares acredita que esteja implicado o factor idade. «As mulheres engravidam cada vez mais tarde (depois dos 35-39 anos). Além do mais, as pessoas têm um menor núme­ro de filhos e desejam um procedimento mais seguro, uma gravidez praticamente isenta de riscos e um parto também sem risco, apostando muito na segurança e na qualidade de vida».

Todavia, não se pense que se trata de um acto largamente praticado e banalizado.

Segundo a mesma obstetra, «a maioria das mulheres que pede é por ter receio da dor ou de não conseguir ultrapassar a fase de trabalho de parto. Os medos são diminuídos com as condições que vão sendo oferecidas em relação ao parto vaginal. Por exemplo, o acompanhamento de uma pessoa que a grávida queira».

«Além disso», continua, «se não há indicação clínica para fazer a cesariana e se uma gestante nos pede, por norma esclarecemo-la em relação às desvantagens e inconvenientes».

São, ainda, de considerar situações específicas, como seja um parto anterior traumático ou uma história de dificuldade em engravidar.


Recuperação do parto

Quanto à recuperação do parto, se for cesariana, o internamento pode ir até quatro dias. Após a cirurgia, a mulher permanece algumas horas no recobro, com os sinais vitais monitorizados e com acompanhamento, depois é transferida para a enfermaria e rapidamente começa a fazer a vida normal. Já no parto vaginal, o internamento é de dois dias.

«Antes as anestesias eram pesadas e alteravam bastante o funcionamento do organismo. As mulheres tinham dificuldade em andar, em começar a alimentar-se. Com a anestesia epidural a recuperação é muito rápida», menciona Clara Soares.

«A epidural é usada na cesariana como técnica de anestesia, de modo a que a parturiente não sinta dor nem sensação. Durante o parto vaginal é mais usada como analgesia. Isto porque difere a dose da substância injectada.»

Os bebés, aqueles que nascem por parto natural, têm uma adaptação ao meio ambiente mais facilitada do que os que vêm ao mundo por cesariana, designadamente em termos de respiração, da temperatura e dos níveis de glicemia no sangue.


Texto: Sofia Filipe
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