A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) é a entidade representativa dos Oftalmologistas Portugueses. É uma pessoa colectiva de direito privado, sem fins lucrativos, cuja primeira função é promover a divulgação, entre os oftalmologistas, da última palavra no estado da arte e da ciência oftálmica. Com efeito, neste início de século, a evolução científica e tecnológica tem prosseguido a um ritmo imparável, permitindo o constante aperfeiçoamento da ajuda que nos cabe prestar a todos aqueles que são o motivo final da nossa existência e a razão da nossa qualificação contínua.


Esta evolução tecnológica e científica obriga a uma actualização constante e permanente dos Oftalmologistas, mas além disso implica investimentos de vulto, quer no seu desenvolvimento, quer na sua aplicação prática.

Por outro lado, a necessidade de estender o avanço na qualidade das terapêuticas a todos aqueles que dela devem usufruir implica a obrigação de sensibilização dos detentores do Poder, para que seja promovida a massificação dessa qualidade e do seu acesso. É neste contexto actual, neste binómio de desenvolvimento científico e técnico, mas com respeito escrupuloso pela Ética, que a SPO tem que se cumprir, dando provimento aos seus «Fins», consubstanciados no «Artigo Segundo», através dos «Meios de Acção» definidos no «Artigo Terceiro» dos seus Estatutos.

«Promover e contribuir para o desenvolvimento da Oftalmologia nos seus diferentes aspectos: comunitário e profiláctico, assistencial e curativo, científico, pedagógico e de investigação»; «contribuir para a correcta equacionação de uma política de saúde no campo da Oftalmologia, com a garantia de padrões de qualidade e competência consentâneos com as exigências da Ciência Médica»; «zelar para que não seja posta em risco a saúde das pessoas, nomeadamente através da prática de actos médicos por profissionais não médicos ligados a actividades meramente instrumentais em relação à Oftalmologia».

A nossa primeira missão é promover a divulgação da Ciência. Para isso, é efectuado um Congresso Anual, de âmbito geral, mas com temas principais segundo a actualidade do momento e com Cursos de Formação, Mesas-Redondas, Simpósios, Conferências e apresentação de Comunicações que relatam a investigação e experiência de cada um. Há também Reuniões Satélites, desenvolvidas ao longo do ano e sobre temas mais específicos.

Em todos estes acontecimentos científicos são sempre convidados reputados Oftalmologistas estrangeiros, que nos trazem as suas ideias em áreas tecnológicas de ponta. Além disso a Sociedade está oficialmente representada junto da Sociedade Europeia de Oftalmologia e junto da Associação Pan-Americana de Oftalmologia. É publicada trimestralmente a Revista «Oftalmologia», com trabalhos de Investigação, e são concedidas Bolsas de Estudo, para que os estagiários e oftalmologistas mais novos tenham oportunidade de contactar com reputados Centros de Oftalmologia.

A nossa segunda obrigação é esclarecer as autoridades de saúde sobre a Qualidade da Oftalmologia a praticar nos organismos delas dependentes. Para esse efeito, temos um representante na DGS a participar na elaboração do Plano Nacional para a Saúde da Visão, influenciando no local.

O terceiro aspecto dos nossos deveres principais é o esclarecimento da Opinião Pública. Por esse motivo, aqui estamos a divulgar a nossa existência e por isso concedemos entrevistas e estamos com a Comunicação Social. Colaboramos na divulgação dos cuidados que os Portugueses devem ter em relação à prevenção das doenças, cujo diagnóstico precoce é decisivo para o sucesso terapêutico: ambliopia, retinopatia diabética, glaucoma normotensional e crónico, degenerescência macular relacionada com a idade, etc. Procurando sempre esclarecer sem alarmar e separar-nos daqueles que desejam rastrear com intuitos comerciais.

A população tem de perceber que só e exclusivamente os oftalmologistas sabem de Oftalmologia. Que nenhum estabelecimento comercial faz consultas gratuitas: o cidadão muitas vezes não necessita de facto do produto que lhe vendem. Tem também de perceber que pode estar «a ver bem» e todavia estar enfermo, e que por isso deve procurar regularmente o Oftalmologista, sobretudo se pertence a Grupos de Risco: crianças pré-verbais, nomeadamente as que têm antecedentes familiares, prematuridade ou alterações neurológicas, diabéticos, pessoas com idade superior a 40 anos.


Dr. Jorge Breda
Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia