Artigo de Medicina e Saúde®
Nº 115 / Maio de 2007
12 Farmácias alertam idosos para o uso correcto dos medicamentos
A Associação Nacional das Farmácias (ANF) promoveu a campanha nacional «Viver mais, viver melhor conhecendo os seus medicamentos», dirigida aos cidadãos com mais de 65 anos, que tomem quatro ou mais medicamentos em simultâneo.
Esta acção, em que participaram farmácias aderentes em todo o país, serviu para esclarecer a população mais idosa polimedicada sobre o uso correcto, efectivo e seguro dos medicamentos.
A necessidade de promover esta iniciativa decorreu do aumento comprovado da frequência de reacções adversas a medicamentos em idosos, de problemas de adesão à terapêutica e dificuldades em gerir a terapêutica – muitas vezes complexa.
No âmbito da campanha, os farmacêuticos, em primeiro lugar, identificaram os doentes que pretendiam participar e, posteriormente, marcaram a visita do doente à farmácia. No dia da visita, o farmacêutico analisou todos os medicamentos e identificou possíveis problemas de adesão ou com a toma, duplicação não intencional da terapêutica, reacções adversas, interacções, prazos de validade expirados, entre outros aspectos. Caso fosse necessário, o doente seria referenciado para consulta médica.
Todos os medicamentos, com ou sem receita médica, foram anotados no cartão de terapêutica «Os Meus Medicamentos», que o doente deve guardar consigo para mostrar nas consultas médicas e para actualizar na sua farmácia.
Com o aumento da esperança média de vida, e o envelhecimento populacional, sobe também a prevalência de doenças, bem como o consumo de medicamentos. Este facto, associado à perda de capacidades, tais como a destreza e coordenação motora, a visão, ou a memória, está, muitas vezes, na origem de problemas de adesão à terapêutica e de erros na toma dos medicamentos.
A simples dificuldade em ler os rótulos e a literatura inclusa, ou em lembrar-se da posologia, pode levar a reacções adversas e, em último caso, a internamentos hospitalares.
A automedicação pode também representar um problema, uma vez que deixa de existir, na maioria dos casos, o conselho de um farmacêutico. Esta situação é preocupante, já que, de um modo geral, os cidadãos mais idosos padecem de doenças crónicas, para as quais já estão medicados. A automedicação representa, desta forma, um risco acrescido, ao ser aumentada a possibilidade de interacções medicamentosas, contra-indicações e reacções adversas.
O que devem fazer os idosos
Todos os doentes, em especial os mais idosos, devem assumir um papel activo no que diz respeito à segurança e à eficácia da terapêutica medicamentosa.
Antes de tomar um medicamento, deve perguntar-se para que serve, como e quando tomar, durante quanto tempo, que possíveis efeitos adversos pode ter e o que fazer se estes surgirem.
Ninguém deve tomar medicamentos que foram prescritos ou aconselhados a terceiros. O que «fez bem» a outras pessoas não é necessariamente adequado para o problema específico de que alguém padece.
É por razões como as apontadas anteriormente que o aconselhamento, a vigilância e o controlo do uso de medicamentos pelos idosos assume particular importância.
As farmácias e os farmacêuticos, pela proximidade aos utentes, são os agentes mais vocacionados para promover a adopção de boas práticas, e para fazer do medicamento um aliado.
A Campanha «Viver mais, viver melhor conhecendo os seus medicamentos» é uma acção que vai ter continuidade assegurada, em permanência, pela intervenção e aconselhamento profissional dos farmacêuticos, nas farmácias de todo o País.
A ANF tem como parceiros nesta iniciativa a Associação Portuguesa de Psicogerontologia (APP) e o Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva (INCP).