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Artigo de Medicina e Saúde®

Nº 114 / Abril de 2007






24 Opinião - Pouco mudou (Os hospitais ainda são dominados pela medicina)
- Dr. Álvaro Cidrais
Portugal mudou pouco em 10 anos. Na saúde, fá-lo lentamente. Os hospitais ainda são domi­nados pela medicina. O sistema é maioritariamente público. As respostas são ineficazes. Os problemas persistem! Haverá efectiva vontade de mudar?


Desde o primeiro texto que escrevi para esta revista, há quase 10 anos, pouco mudou! Principalmente ao nível das concepções, das mentalidades e das práticas de saúde. Os belos discursos do diálogo, da saúde comunitária, da saúde mental, continuam a fazer parte de uma minoria que os entende e os defende. Não são pertença da população, nem dos jornalistas! Esses, embebidos na sua luta diária pelas audiências, preferem tocar os assuntos pela rama. Percebem-se as razões!

Rabisquei ideias e provocações sobre cidadania, comunicação e confiança, bem como acerca da importância dos cuidados primários, dos cuidados continuados e da educação para a saúde. Muito falei sobre a componente humana do sistema. Palavras para discorrer sobre os problemas da má gestão e as escolhas dos ministros.
Como eu, centenas de opinadores e estudiosos têm produzido pensamentos e proposto soluções.

Desde 1997, o sistema de saúde foi mudando em alguns pequenos aspectos mas, infelizmente, as grandes tendências mantêm-se. Até as práticas das organizações continuam as mesmas, apesar das mudanças de nomes nas suas direcções. Hoje, protocolos, parcerias e participação (bem como responsabilidade social) ainda são termos pouco cheios de significado, algo que, eventualmente, servirá para os discursos.

Não espanta, portanto, que os problemas sejam os mesmos, embora, normalmente, com maiores dimensões. Num período da história da Humanidade em que muitas transformações irão ocorrer, até por culpa das mudanças climáticas induzidas pela irresponsável exploração dos recursos terrestres, os Portugueses ainda não conseguiram perceber alguns aspectos elementares como a necessidade de agir de forma concertada, de escutar e aprender, de investir em múltiplos aspectos da construção conjunta de um futuro comum!

Ao nível da gestão dos sistemas de saúde, ainda não compreenderam que é com base na negociação (por vezes temporariamente conflituosa) que se aprende e, muitas vezes, melhor se desenham as soluções. Acreditam que os ministros, as políticas e o séquito de dirigentes influentes são quem transforma, sozinhos, a realidade.

Por outro lado, faltam-nos líderes abertos e inteligentes que saibam fazer a diferença, conjugando a inteligência do pensamento com a competência da gestão e a seriedade na construção de uma saúde segura, eficaz e eficiente.

Pode ser que pessoas como Almeida Lopes (actual presidente da APIFARMA), Correia de Campos, Teresa Sustelo e outros dirigentes dinâmicos, mais novos, com provas dadas, marquem a diferença em relação a um sistema e a uma forma de liderar que poucos resultados obteve.

Talvez consigam, tal como tem acontecido na área da Educação, transformar a herança deixada por Paulo Mendo, Manuela Arcanjo, João Cordeiro (ANF) e os contínuos bastonários das ordens dos médicos e enfermeiros que estiveram no poder, cujos contributos são menos positivos do que o seu conhecimento permitiria esperar.

Estamos agora numa fase no sistema de saúde em que ou se concretiza a mudança ou o SNS morre e, com ele, muito do potencial de desenvolvimento económico e social que a saúde pode gerar. Mas, haverá vontade em concretizar a mudança? Tenho dúvidas!


Dr. Álvaro Cidrais
Geógrafo e Consultor


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