Artigo de Medicina e Saúde®
Nº 104 / Junho de 2006
64 Homeopatia em debate - VII Jornadas Boiron
As VII Jornadas Boiron, um dos maiores e mais importantes eventos no âmbito da medicina homeopática, realizaram-se em Lyon (França), a 31 de Março e 1 de Abril.
A homeopatia não é uma «medicina», mas sim uma terapêutica e deve, portanto, ser avaliada com o mesmo rigor e o mesmo profissionalismo que todas as outras terapêuticas.
Texto: Teresa Pires
Cerca de 30 palestrantes e de mil médicos de 35 nacionalidades reuniram-se nas VII Jornadas Boiron em torno de um objectivo comum, o de integrar uma homeopatia rigorosa, evolutiva e clínica, no seio da Medicina.
Desde 1994, este congresso internacional reúne, de dois em dois anos, várias centenas de clínicos gerais, médicos especialistas e investigadores.
Estas VII Jornadas permitiram aos congressistas enriquecer os seus conhecimentos e aperfeiçoar as suas competências na terapêutica homeopática.
De acordo com Christian Boiron, director-geral do Instituto Boiron, na abertura das Jornadas, «o que conta é o interesse do paciente e, em cada caso, a avaliação justa e comparativa das vantagens e desvantagens das diversas estratégias possíveis».
Foram vários os temas debatidos, alguns deles inéditos, no domínio da homeopatia, nomeadamente a oncologia, a psiquiatria infantil e a obstetrícia, entre outros.
No âmbito da oncologia, o Dr. Jan Korsch, médico do Serviço de Cirurgia Maxilofacial do Instituto Oncológico S. Elizabeth, em Bratislava, e o Prof. Michael Frass, do Serviço de Oncologia Clínica da Universidade de Viena, Áustria, apresentaram alguns medicamentos homeopáticos, tais como o radium bromatum e o sulfur, utilizados na redução dos efeitos secundários da radioterapia.
Por sua vez, o Prof. Régis de Villard, professor no Departamento de Psiquiatria Pediátrica da Faculdade de Medicina de Lyon, França, apresentou um estudo sobre a eficácia de medicamentos homeopáticos (dopamina e serotoninum muriaticum) em crianças hiperactivas.
Além disso, procurou-se também descrever as missões de investigação e de avaliação do Instituto Boiron.
Dentro destas, destaque para dois temas principais. Por um lado, a observação da prática clínica dos médicos prescritores de medicamentos homeopáticos para analisar as suas estratégias terapêuticas e avaliar o seu interesse, principalmente através de dois inquéritos:
– Quais são os medicamentos homeopáticos prescritos para limitar os afrontamentos da menopausa e qual o resultado obtido?
– Quais são os medicamentos homeopáticos prescritos para tratar a enxaqueca da criança e qual o resultado obtido?
Por outro lado, uma segunda investigação centrou-se na utilização de medicamentos homeopáticos inovadores, como por exemplo a dopamina, um neurotransmissor, em situações patológicas muito actuais.
– A dopamina, em diluições homeopáticas, pode ter efeito terapêutico na criança hiperactiva?
Ao longo dos dois dias de trabalho, as várias apresentações confirmaram a actualidade e validade científica dos medicamentos homeopáticos.