Artigo de Medicina e Saúde®
Nº 103 / Maio de 2006
74 Bem-estar - Trabalhe o seu optimismo
Serão os Portugueses optimistas ou pessimistas? De acordo com diversos factores, a resposta recai no pessimismo, mas há que contrariar essa tendência e trabalhar com afinco o optimismo. Pense que ser pessimista traz-lhe preocupações a mais e o contrário pode proporcionar-lhe uma experiência óptima e aumentar o seu bem-estar.
Remontando ao passado, os Portugueses são um povo com uma história cheia de conquistas. A perda do que havia sido conquistado incutiu em nós um sentimento de derrota e de desânimo, intercalado apenas por uns momentos de optimismo como foi a independência de Timor ou, mais recentemente, o Euro 2004.
Estudos estimam ser de 25% a hereditariedade do pessimismo ou do optimismo e também evidenciam a influência das relações familiares através da modelagem. Questões culturais são igualmente apontadas para determinar o pessimismo ou optimismo da pessoa.
De acordo com a Dr.ª Fátima Perloiro, psicóloga, o optimismo é «um escudo protector para a depressão» e, por isso, devemos procurar desenvolver uma postura optimista face à vida.
A Psicologia Positiva é precisamente uma nova área de estudo dentro da Psicologia que estuda o que é positivo, ou seja, as forças humanas que trazem bem-estar e felicidade às pessoas, são exemplo dessas forças humanas, a coragem, a alegria, a esperança ou o amor.
O optimismo é, no fundo, «uma expectativa generalizada de resultados positivos face ao futuro», ao passo que o pessimismo implica uma expectativa negativa.
«O pessimista tem tendência para antecipar o pior cenário possível. Pensa que é melhor esperar pelo pior porque, deste modo, não cria expectativas e já não sofre tanto», salienta Fátima Perloiro, acrescentando:
«Ora, isto não significa que o optimista também não pense na possibilidade de um cenário negativo. Ele pensa, mas “agarra-se” mais a um cenário positivo. Isto faz com que por vezes corra mais riscos, mas permite, em contrapartida, que tenha mais oportunidades de crescimento e veja mais alternativas face aos problemas.»
Vê o «donuts» ou vê o «buraco»?
Habitualmente, os optimistas são considerados pessoas alegres, um pouco «estarolas» e pouco «realistas». O optimista não é irrealista ele possui, sim, um realismo interno e pessoal. Por sua vez, os pessimistas apresentam um ar mais deprimido e «cinzento». Correm menos riscos e demoram mais tempo a «levantar--se» de algumas partidas que a vida prega.
Utilizando a imagem de um «donuts», a psicóloga explica que, por norma, o optimista vê o «donuts», enquanto que o pessimista vê apenas o «buraco».
Segundo Fátima Perloiro, «o optimista concentra-se no que há de melhor, tem uma atitude mais confiante (do género “eu sou capaz”), tem uma sensação de controlo face à vida, não desiste à primeira tentativa, sendo perseverante face à adversidade, imagina--se a ser bem-sucedido, acredita que as coisas lhe vão correr bem, tem sonhos e projectos face ao futuro, empreendendo acções para os concretizar, vê alternativas e cria novas possibilidades».
Se ser optimista pode trazer-lhe vários ganhos, faça o esforço e pense no melhor para si em todas as ocasiões.
Benefícios do optimismo na saúde
• Menor número de episódios de doença;
• Recuperação mais rápida;
• Menores níveis de stress;
• Maior percepção de suporte social;
• Estratégias de coping ajustadas;
• Pensamento construtivo;
• Maior adesão terapêutica.
Vá ao encontro do bem-estar!
Em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, o Wellness Center do Hotel do Caracol apresentou uma conferência e um workshop dedicados ao optimismo, organizados pelo Dr. Paulo Araújo e pela Dr.ª Eva Albuquerque, com a participação especial da Dr.ª Fátima Perloiro.
Neste evento, abordou-se o optimismo/pessimismo dos açorianos e discutiram-se soluções para melhorar a qualidade de vida, usufruindo das paisagens de contraste pelo azul do mar, o negro da lava e o verde dos prados, dos passeios e de outras actividades de bem-estar que os Açores oferecem.
Contactos:
Hotel do Caracol –
www.hoteldocaracol.com
Angra do Heroísmo
Terceira – Açores
Tel. 295 402 666
Fax. 295 402 610
Texto: Teresa Pires