Artigo de Medicina e Saúde®
Nº 102 / Abril de 2006
68 Saúde Feminina - Pêlo sim, pêlo não
PÊLO SIM, PÊLO NÃO
Em algumas culturas é sensual ter pêlos. Nas axilas, nas pernas. Excluindo as naturalistas, em Portugal acontece o contrário. Não é charmoso, por exemplo, uma mulher estar a usar um vestido sem mangas e ao levantar o braço aparecerem negros pêlos... Por isso, pelo sim, pelo não, existem variadas técnicas para eliminar esses indesejáveis.
A vontade de não ter pêlos visíveis acompanha a mulher desde tempos idos. A título de exemplo, na Antiga Grécia as mulheres arrancavam os pêlos com as mãos, queimavam-nos com cinzas quentes ou usavam uma varinha com a ponta curva para raspar a pele previamente untada com uma pasta à base de vegetais, cinzas e argila. No Egipto, usava-se extracto de sândalo, argila e cera de abelhas.
Nunca houve bela sem senão e nunca foi tarefa fácil permanecer com a pele aveludada e sem os inestéticos pêlos. Isto porque todo o corpo está coberto por folículos pilosos e em qualquer altura da vida, devido a alterações hormonais, estes podem tornarem-se visíveis.
A evolução das técnicas permitiu minimizar o sofrimento e hoje são já inúmeros os métodos para erradicar aqueles indesejados.
Há ofertas para todos os gostos e carteiras destinadas a eliminar os pêlos, sobretudo, do buço, das axilas, das pernas, das virilhas ou de outros locais onde não se deseja ter «penugem».
Para manter estas áreas corporais esteticamente agradáveis ao olhar, pode-se recorrer à depilação temporária, através de diversos métodos que são fácil e comodamente realizados em casa.
Da lâmina à descoloração
A lâmina foi durante muito tempo a fórmula mais usada para depilar, em especial, as pernas. Continua a ser uma alternativa rápida, mas pode causar inflamações na pele e tem o inconveniente de cortar os pêlos pela metade, dando força à parte que continua na pele. Assim, crescem mais grossos e fortes em poucos dias.
De acção semelhante à lâmina, os cremes depilatórios resultam numa outra opção rápida. São compostos por substâncias químicas que amolecem a camada que envolve os pêlos e facilitam a sua remoção. Passados dois ou três dias voltam a crescer com mais força e espessura.
Outro método de duração limitada é a luva depilatória, que consiste numa lixa de papel com partículas de quartzo que provocam erosão no pêlo.
Fazer a depilação com cera quente ou fria é uma opção com resultados mais eficazes e duradouros que os métodos anteriormente referidos.
A cera quente pode ser derretida em banho-maria ou num aquecedor especial para o efeito. Deve-se desinfectar a zona a depilar com álcool e só depois aplicar com uma espátula a cera; aguarda-se uns segundos até que endureça e retira-se no sentido contrário ao crescimento dos pêlos.
Após a depilação deve-se colocar um creme hidratante. Esta técnica retira os pêlos pela raiz, pode ser feita em casa e a próxima vez que se faça será aproximadamente entre 15 a 30 dias depois da depilação anterior.
A cera fria é feita à base de glicose, resina e goma-arábica e o processo de depilação é semelhante ao da cera quente. Apenas difere por ser arrancada com a ajuda de bandas de papel específico. Existem inclusive folhas preparadas para aplicação imediata. Tem a mesma durabilidade que a cera quente e também retira os pêlos pela raiz.
As máquinas eléctricas constituem outra opção para eliminar os pêlos. São aparelhos que arrancam o pêlo pela raiz e a depilação dura sensivelmente 20 dias.
Há, ainda, a possibilidade de recorrer à descoloração. É uma técnica indicada para zonas com poucos pêlos e desde que sejam finos e claros.
Texto: Sofia Filipe