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Artigo de Mundo Farmacêutico®

Nº 24 / Setembro e Outubro de 2006






20 Encontro Científico da APAC – Troca de saberes e experiências
- Prof. Doutor João Poiares da Silva
Nos dias 29 e 30 de Abril do ano em curso, teve lugar no Hotel Solverde, em Espinho, o 18.º Encontro Científico da Associação Portuguesa de Analistas Clínicos (APAC).

Além da troca de saberes e experiências com vista à actualização e modernização do labor científico e humano dos analistas clínicos, bem como ao diálogo com responsáveis governamentais, foi também uma oportunidade de convívio que tornou duplamante gratificante o encontro.

Os temas escolhidos foram propositadamente variados, procurando dar resposta a algumas das preocupações científico-técnicas que afectam os profissionais. Assim, Hepatites Virais, Auto-imunidade, Zoonoses Emergentes em Portugal, Doenças Sexualmente Transmissíveis, Controlo de Qualidade no Laboratório de Análises Clínicas e aspectos de natureza profissional e política foram temas abordados por diversos especialistas que amavelmente se disponibilizaram a colaborar com os corpos directivos e com o Conselho Coordenador Científico da APAC, temas esses também publicados em outros locais desta revista.

No contexto das preocupações profissionais e humanas, assinalaram-se alguns obstáculos que as políticas em curso levantam, dificultando desnecessariamente o exercício de uma actividade que científica e humanamente é difícil, embora absolutamente necessária.

Apesar de tudo, houve algum diálogo, nomeadamente com o se­nhor presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, em representação do senhor ministro da Saúde, moderada vantagem para quem, como nós, pretende evitar a cristalização de posições.

Anunciam-se modificações no exercício das Análises Clínicas que, marcadas por uma visão excessivamente economicista, perturbará uma já não muito segura estabilidade, podendo criar uma situação caótica, desorganizando o campo de acção dos analistas clínicos.

Nesta perspectiva não foi descurado o problema das concorrências. Se por um lado existe uma saudável concorrência entre pares assente no saber, no rigor, na ética, há uma outra que já não pode ser considerada leal, dado que assenta no grande poder económico, «pendu­rada» num certo e preocupante conceito de globalização.

Foi contra isto que se chamou a atenção para a união de esforços, exigindo-se limpidez de processos e saudável concorrência, na certeza de que se não nos defendermos, poucos ou nenhuns nos defenderão. Está em jogo a dignidade profissional dos analistas clínicos, a qualidade e actividade humanizadora dos laboratórios de proximidade e, tudo leva a crer, a própria sobrevivência de muitos.

Não deixou, também, de ser salientado: a necessidade de um rápido e efectivo licenciamento de todos os laboratórios de análises clínicas; a abertura do mercado convencionado, favorecendo o futuro dos jovens profissionais; a manutenção das convenções em vigor; a elaboração de protocolos de apoio, por parte dos laboratórios nacionais (sem prejuízo dos laboratórios de proximidade), às urgências (SAP e Centros de Saúde) carenciadas destas valências; a garantia, por parte do Estado, da manutenção da liberdade de escolha dos utentes, bem como a definição do espaço de intervenção, designadamente para os hospitais e centros de saúde; a salvaguarda de determinados princípios, não apenas em relação à proliferação desenfreada de postos de colheita de laboratórios nacionais, mas ainda ao facto de ter sido permitido que qualquer laboratório supranacional possa abrir essas unidades de colheita no nosso país, onde poderão ser apenas recolhidos os produtos biológicos para depois serem enviados para os países de origem desses mesmos laboratórios.

Por outro lado, conforme já referido oportunamente, nomea­damente por colegas espanhóis, chamou-se a atenção para a necessidade de «anular a progressiva dissociação entre as análises e os especialistas em análises clínicas, já que a maioria dos utentes começa a admitir que são as sofisticadas máquinas automáticas que efectuam as suas análises e nem sequer conhecem, pelo menos de vista, a maioria dos responsáveis de seus resultados.

Portanto, para que os analistas clínicos possam manter, ou mesmo recuperar a sua identidade (e a legislação não deve excluir estes aspectos), devem manter-se fisicamente ligados ao laboratório, saber unir indissolu­velmente o acto analítico ao pró­prio analista, saber levar à sociedade que solicita o seu trabalho um valor adicional que só eles, por formação, estão em condições de dar, e saber transformar os seus resultados em informação válida tanto para o clínico como para o utente».

Em nome do Conselho Coordenador Científico da APAC, constituído pelas colegas Lucinda Coentrão, Maria Ivânia Fernandes, Noémia Cabrita e por mim próprio, cabe-me agradecer a todos quantos se esforçaram pelo êxito do 18.º Encontro Científico, não se poupando ao esforço necessário que estes encontros exigem e não raro com prejuízo de suas vidas privadas. Portanto, uma palavra de gratidão para os senhores Prof. Fernando Regateiro, presidente da ARS do Centro e representante do senhor ministro da Saúde naquele encontro científico, Prof. Álvaro Santos Almeida, presidente da Entidade Reguladora de Saúde, Dr. António Lima Cardoso, representante do Grupo Privado de Saúde, Dr. Aranda da Silva, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, que representou o bastonário da Ordem dos Médicos, Prof.ª Cristina Marques, presidente da Assembleia-Geral da APAC, Dr. Francisco Faria, presidente da Direcção da APAC, Dr.ª Graça Ribeiro, Dr.ª Graça Salsedo, representante da Associação Nacional de Laboratórios, Prof. João Carlos Figueiredo de Sousa, Prof. João David de Morais, Prof. José Miguel Azevedo Pereira, Prof. Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa do Direito de Consumo, Dr. Nuno Silva, Prof.ª Perpétua Gomes, Drª. Rosário Luís, Prof. Rui Medeiros, Prof. Távora Tavira, representante da APOMEPA, que acederam amavelmente transmitir-nos as suas experiências científicas, políticas e laborais.

Um agradecimento às firmas comerciais que, no dia-a-dia, nos apoiam na actividade laboratorial e que não deixaram de patrocinar o 18.º Encontro Científico APAC.

Ao secretariado deste encontro, nas pessoas de Margarida Santos e Teresa Solleri, às colegas Elizabeth Barreto e Maria Amélia Frade, bem como às secretárias da APAC, Esmeralda Brandão e Vanda Rodrigues Barnabé, o nosso bem-haja.

Um abraço de agradecimento aos colegas cuja presença no encontro mostrou acreditarem que o amanhã será melhor e que o esforço de hoje irá contribuir para que esse amanhã seja abertura e esperança para todos.

O «futuro profissional – temos de o acreditar – construir-se-á, custe o que custar, através da união e do esforço colectivo.»

Um povo que dobrou os Cabo das Tormentas tem, por certo, gente corajosa capaz de enfrentar quaisquer tormentas que lhe saltem ao caminho.

Um sentido e sincero obrigado a todos, pois a todos se deve o êxito do 18.º Encontro Científico da APAC.


Prof. Doutor João Poiares da Silva
Presidente do Conselho Coordenador Científico
da APAC
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